Por: Marcello Sigwalt

Retenção de dividendos exclui a Petrobras de ranking global

Gestão ortodoxa de esquerda, refratária a proventos, elimina destaque de estatal | Foto: Divulgação

Em mais um desdobramento negativo imediato da retenção de dividendos - para uso posterior em finalidades outras que não aos seus destinatários legais, os respectivos acionistas, como era de se esperar de uma gestão econômica responsável - a Petrobras foi excluída do ranking das 20 empresas que mais pagam tais proventos no planeta em 2023. Até então, a petroleira ostentava a segunda colocação da lista.

De acordo com relatório divulgado pela consultoria Janus Henderson Investors, o alijamento do ranking das 20 mais decorre da decisão da estatal, de reter a distribuição de dividendos extraordinários, no montante de R$ 43,9 bilhões, o equivalente a mais de 50% do total de proventos devidos pela companhia, referentes ao ano passado.

Muito distinta desse quadro foi a distribuição de dividendos em 2022, correspondentes a US$ 21,7 bilhões (cerca de R$ 108,1 bilhões, pelo câmbio atual), o que representou a segunda maior distribuição de proventos no globo, perdendo apenas para a gigante petrolífera anglo-australiana BHP Group.

Como a estatal brasileira já anunciou a distribuição de, não mais do que US$ 10 bilhões, em dividendos para este ano, ela já está automaticamente fora do ranking das maiores pagadoras do mundo, acentua a Janus Henderson. De modo geral, a maioria das empresas, constantes do relatório, costuma pagar dividendos maiores, a cada ano, ou os mantêm no mesmo patamar.

Mas os cortes de proventos não ocorreram somente na petroleira brasileira, mas também em grandes companhias globais, como BHP, Rio Tinto, Intel e AT&T, o que contribuiu para reduzir a taxa de crescimento subjacente global (efeitos cambiais e dividendos não recorrentes) em dois pontos percentuais. No mesmo caminho, Ambev e Vale adotaram reduções de proventos que serão distribuídos.

 

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