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Política econômica continua um 'enigma'

Em que pese a contribuição do afrouxamento monetário pelo Banco Central para a melhoria do cenário de investimentos na praça tupiniquim, ainda permanece pendente a necessidade de que seja reduzido o alto grau de incerteza a respeito dos rumos da política econômica, quadro que persiste desde a posse da atual gestão do Planalto, no ano passado.

Mesmo assim, analistas reconhecem como positivas as iniciativas relacionadas ao arcabouço fiscal - criado para dar mais 'previsibilidade' ao trato das contas públicas e do endividamento público - assim como com relação à reforma tributária, a qual deverá contribuir para 'melhorar o ambiente de negócios' no país, no longo prazo.

Diverso do que tem pregado a administração federal - que reitera a meta de resultado primário zero, isto é, uma despesa equivalente à receita, já descontado o custo dos juros da dívida - os economistas, ouvidos pelo boletim Focus do Banco Central, projetam um déficit primário de 0,78% do PIB em 2024.

Segundo o técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea, Leonardo Carvalho, "o ministro (da Fazenda) vem sinalizando que está correndo atrás de um déficit zero. Isso ainda não se materializou, e, a meu ver, existe alguma incerteza".

Carvalho acrescenta que "isso é importante porque as decisões de investimento necessitam também do que os empresários acham que vai acontecer com a questão fiscal, se em algum momento o governo vai conseguir fazer com que o total da dívida em relação ao PIB pare de crescer". (M.S.)

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