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Baixo investimento 'desafia' o crescimento da economia

Taxa de investimento reduzida compromete crescimento | Foto: Divulgação

Por Marcello Sigwalt

Peça fundamental na 'engrenagem' do crescimento econômico, a retomada do investimento no país, que apresentou recuo no ano passado, é um dos maiores desafios da equipe econômica instalada nos gabinetes refrigerados da Esplanada dos ministérios.

Essa premissa leva em conta a fragilidade estrutural brasileira, cuja taxa de investimento, considerada 'fraca' por analistas, não passou de 16,5% do PIB em 2023. A economista e pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Juliana Trece admite ser "um bom sinal [o avanço da economia do início deste ano], mas estamos vindo de uma queda e uma base de comparação baixa".

Pelas suas projeções, a formação bruta de capital fixo, ou taxa de investimento, deve crescer 3,4% este ano. "Por enquanto, não está sendo previsto nada surpreendente. A expectativa é tímida, mas, pelo menos, é de um crescimento', comenta.

Outra condicionante para a expansão do investimento seria a redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC), que passou de 13,75% ao ano, em agosto último, para os atuais 11,25% ao ano. A projeção dos economistas ouvidos pelo relatório mensal Focus é de que o indicador chegue ao final de 2024 no patamar de 9% ao ano. Quantos mais elevados os juros, mais caro o custo do crédito e menos as companhias investem na aquisição de bens e serviços.

Reforçando essa tese, a economista-chefe da Armor Damico, Andrea Damico, assinala que "o investimento reage muito à política monetária e às mudanças de expectativas", acrescentando que o "que a gente viu nos últimos anos foi um juro num patamar restritivo".

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