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Gestão fiscal elevou gastos em R$ 300 bi

Despesas federais aumentaram em ritmo exponencial | Foto: Divulgação

Marca da atual política econômica perdulária de esquerda, a gestão fiscal federal acusou uma expansão de gastos de R$ 300 bilhões, no biênio 2022-2023 - o equivalente a um gasto adicional de dois pontos percentuais do PIB, o maior da série - conforme apontam estudos elaborados pela equipe do economista-chefe da XP, Caio Megale. Em contraste, a administração anterior exibiu um 'impulso fiscal' de 0,8 ponto percentual.

Mediante essa trajetória de gastos, fortemente ascendente, a avaliação da XP é no sentido de que, no último ano, a política fiscal tupiniquim foi marcada por um comportamento 'fortemente expansionista', o que exigirá do governo esforço redobrado para reverter tal quadro de desajuste, nos próximos anos, tendo em vista um ajuste fiscal estrutural, em caráter permanente, e conter a trajetória de alta da dívida pública.

Após experimentar um período de expansão, na crise de 2009 e no biênio 2012-2014 e 2016, a área fiscal exibiu comportamento 'levemente contracionista' em 2017, devido à adoção do critério do 'teto de gastos', que teria contribuído para um ganho estrutural, a reboque da queda nas despesas federais.

Essa tendência de contenção de despesas, porém, foi inteiramente alterada, após a implantação da chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição, que permitiu elevar, de forma permanente, em R$ 168 bilhões o patamar dos gastos.

Frente à 'confissão' do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que não sabia como o país conseguiu crescer com juros acima de 13%, Megale respondeu, na ocasião, que, em contrapartida, houve uma expansão fiscal muito forte, o que compensou o efeito dos juros altos".

Mas, ao final de sua análise, o economista-chefe da XP alerta: "o crescimento da economia tem sido muito estimulado pela demanda e que, em algum momento, vai bater no muro".

Megale prevê que a expansão fiscal - associada ao aquecimento do mercado de trabalho, devido aos ganhos salariais, deve elevar em quatro pontos percentuais, acima da inflação, a massa salarial. A XP passou a estimar um crescimento de 2% do PIB, além da previsão anterior, de 1,5%. (M.S.)

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