Por:

Isonomia salarial só para o setor privado

Discursos e promessas para deleite da militância de plantão à parte, o fato é que o projeto do governo petista - que previa punição a empresas privadas que remunerassem menos as mulheres, em relação aos homens - acabou se tornando moralmente 'inócuo', pois tal iniquidade salarial e funcional é, ainda, amplamente empregada pelas próprias empresas estatais, ao menos em teoria, sujeitas aos ditames do Palácio do Planalto.

Na realidade, para os mesmos cargos e funções, elas chegam a ganhar até 26% menos do que eles, em média. Embora tenha tramitado em 'celeridade máxima' pelo Executivo, que o regulamentou por decreto, após o crivo do Congresso, a medida federal patenteia a incapacidade do Estado brasileiro em cumprir o preceito de igualdade salarial que cobra do setor privado.

Um dos exemplos de tal 'descalabro' de gênero, segundo a organização sem fins lucrativos que trabalha com transparência, Fiquem Sabendo (FS), é o da Ebserh, empresa pública ligada ao Ministério da Educação (MEC), que responde pela gestão de dezenas de hospitais universitários em todo o País, o que envolve mais de 40 mil funcionários. Embora sejam maioria (29,5 mil), as mulheres ganham, na média, 14% a menos que seus colegas homens. A média salarial das funcionárias da Ebserh é de R$ 7.193, enquanto a dos homens é de R$ 8.197.

Um das explicações seria de que eles estão mais representados entre os médicos (32%) do que elas (17,2%), que ocupam, com mais frequência, cargos de enfermeiro (5.824 mulheres e 1.141 homens) e de técnico (12.295 mulheres e 3.693 homens). (M.S.)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.