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Campos Neto: queda dos juros pode ser mais lenta

Para comandante do BC, quadro externo inibe flexibilização monetária | Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil

Por Marcello Sigwalt

Tensões geopolíticas, a (combalida) situação da economia chinesa e o baixo índice de desemprego em mercados desenvolvidos são fatores que podem favorecer um repique da inflação. Daí a necessidade de redobrar a atenção quanto ao 'timing' de queda dos juros.

O alerta foi dado pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, durante participação em evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo, nessa segunda-feira (4), no qual fez avaliou as variáveis, domésticas e globais, que poderiam alterar (ou não) o ciclo de relaxamento da política monetária em curso no Brasil.

Como ao longo do ano passado, a inflação de serviços, admitiu o dirigente, continua sendo o foco principal de preocupação da autoridade monetária, uma vez que os salários vêm 'pressionando um pouco os preços'.

Segundo ele, de modo geral, os preços caminham na direção da meta, embora a inflação de serviços "ainda rode acima do observado no período anterior à pandemia".

Mais adiante em sua preleção, Campos Neto assinalou que "a gente ainda entende que tem uma convergência benigna da inflação, tem um ponto de atenção para a parte de serviços, que a gente tem falado, a gente está vendo que essa parte de salários começou a pressionar um pouco", acrescentando que o desemprego no Brasil "surpreendeu bastante com um número mais baixo que o esperado".

A tensão do BC ante o comportamento dos serviços se justifica, pois os dados de inflação de janeiro, divulgados pelo IBGE, dão sinais de desaceleração, com exceção desse setor.

Embora destaque que não "nada hoje que acenda algum tipo de luz vermelha", o presidente do BC entende que é preciso 'estar atento'.

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