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BC: Mercado de trabalho 'aquecido'

Embora seja positiva, do ponto de vista da atividade econômica (PIB e arrecadação), a combinação de desemprego em queda e salários em elevação ligou o alerta para o Banco Central (BC) sobre eventuais pressões inflacionárias, em especial, do setor de serviços, pelo 'aquecimento' do mercado de trabalho, apontam especialistas.

Ao comentar que a taxa de desocupação, no trimestre encerrado em janeiro último, ficou em 7,6%, o que implicou recuo do indicador, de 7,8% para 7,7%, com o ajuste sazonal, a economista do C6 Bank, Claudia Moreno, entende que "a taxa está em patamar historicamente baixo e mostra que o mercado de trabalho se mantém aquecido", fazendo com que o contingente de pessoas empregadas renovasse o recorde da série histórica, que teve início em 2012.

Outro dado lembrado por Cláudia é de que a renda real habitual cresceu 1,1%, ante o trimestre imediatamente anterior e avançou 3,8%, para igual trimestre de 2023. Devido ao nível elevado de ocupação, associado a salários em expansão, a massa de renda real habitual bateu novo recorde, ao subir 2,1% frente ao trimestre anterior e 6% na comparação anual.

"Os salários elevados combinados a uma taxa de desemprego baixa devem continuar pressionando a inflação de serviços, aumentando o risco de o BC não chegar a uma taxa terminal de juros de 9% neste ano", observou a economista do C6 Bank, que projeta uma Selic de 9,25% ao final de 2024 e em 8,5% no fim de 2025.

Relatório da XP aponta alta, pelo quinto mês seguido, dos rendimentos reais do trabalho - alta anual de 0,5% em janeiro e acumulada de 3,3%, ante setembro. (M.S.)

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