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Fala de Prates faz estatal perder R$ 30 bi

Fala desastrada de dirigente impõe prejuízos à petroleira | Foto: Flávio Emanuel - Agência Petrobras

Nada mais atual do que o velho ditado: "Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida". A máxima se aplica com perfeição à declaração, tanto autêntica, quanto infeliz do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates que recomendou (ao mercado??) 'cautela' em relação à perspectiva de continuidade do pagamento de dividendos, na atual magnitude, ao mesmo tempo em que 'priorizou' o foco da companhia na chamada 'transição energética'.

Ao 'patrocinar' uma fala que 'premia' a aversão ao risco, Prates pôde assistir, logo em seguida, à perda de R$ 30 bilhões, em valor de mercado, da petroleira, na última quarta-feira (28), em que suas ações 'despencaram' 5%, somente em um dia, o que reflete a incerteza sobre o investimento na estatal, até em momento em que seus papéis exibem forte alta.

Enquanto aumenta o questionamento do investidor quanto à alegada 'novidade' levantada pelo dirigente - de que a empresa se tornará uma 'potência renovável' - este foi muito claro, em entrevista concedida ao site internacional de notícias econômicas Bloomberg, quando reafirma que a companhia poderá adotar, a partir de agora, uma postura mais 'cautelosa' no que toca à distribuição de proventos aos seus acionistas. Aí fica a pergunta. Qual seria a motivação do comandante da principal empresa brasileira? Se não foi 'detonar' seu patrimônio, por eventual má fé, o fez por desconhecimento completo do funcionamento do mercado de capitais. Em ambos os casos, a questão de sua continuidade no cargo ganhou relevo, pouco comentado pela mídia, em geral.

Segundo o Bradesco BBI, com a proximidade do anúncio do pagamento de dividendos extraordinários da petroleira, o mercado 'fica mais nervoso' com comentários sobre o assunto, e as interpretações acabam fazendo com que as ações da Petrobras reajam como "uma opção próxima do vencimento".

De qualquer sorte, as falas de Prates induziram a uma interpretação de que já haveria impacto na distribuição de proventos no curto prazo, pois as expectativas do mercado estavam mais próximas de um valor máximo ao potencial a ser distribuído.

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