Por:

Se inflação não cair, aperto vai continuar

A respeito de fatores e riscos inerentes ao processo de desinflação, Campos Neto fez uma previsão pouco animadora, ao admitir que, se o recuo inflacionário não se consolidar, "o mundo terá de conviver com juros mais altos por mais tempo".

Como exemplo, o presidente do BC observou que os preços de energia e alimentos, até então 'vetores' da desinflação global, já não vêm caindo na mesma velocidade, ainda que, nos Estados Unidos, maior economia do planeta, o processo desinflacionário tem avançado, em que os últimos índices 'surpreenderam' com leituras de inflação acima do previsto.

No caso brasileiro, em específico, Campos Neto admitiu que o processo de desinflação do país, nos últimos meses, tem indicado "convergência à meta" e que "inflação na meta e estabilidade de preço é o que garante o crescimento sustentável", ao concluir que "entendemos que houve uma leve piora na margem, mas o processo de convergência segue, pois a manutenção da meta de inflação é importante para o processo de convergência de expectativas".

Para este ano, a meta de inflação, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%). Integra corpo diretivo do CMN, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, além do próprio Campos Neto.

A última projeção do boletim Focus é de que o IPCA chegará no fim do ano a 3,82%, em 3,51% no ano que vem, e em 3,6% em 2026. No ano passado, o IPCA ficou em 4,62%.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.