Por Marcello Sigwalt
Sinalização inequívoca de 'desaceleração' econômica, o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central (BC) - a 'prévia do PIB' - avançou 2,45% em 2023, abaixo, portanto, dos 2,77% registrados no ano anterior, sob o peso da combinação negativa de juros altos (a título de combater a 'resiliência' inflacionária) com elevado nível de inadimplência.
O desempenho do indicador do BC, porém, poderá ser, ou não, confirmado, pelo resultado oficial do PIB do ano passado, a ser divulgado, em 1º de março próximo pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mediu uma expansão econômica de 3% em 2022, mesmo patamar projetado pelo Ministério da Fazenda para o ano passado. Se considerado o critério trimestral, o quarto trimestre de 2023 (4T23) apresentou avanço de 0,22%, ante o trimestre anterior (3T23).
Desde agosto último até hoje, a Selic (taxa básica de juros) sofreu cinco reduções seguidas, passando de 13,75% ao ano, para os atuais 11,25% ao ano. Em que pese os recuos consecutivos, o patamar de juros ainda é bem superior à inflação acumulada em 12 meses.
Já no que se refere à inadimplência, de acordo com o BC, o endividamento das famílias atingiu 48,2%, em 12 meses, contados até novembro de 2023, ante os 49% exibidos no mesmo período de 2022. Como ilustração, o endividamento familiar em fevereiro de 2020, na pré-pandemia, atingiu 41,8%. Segundo estimativa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), o número de inadimplentes no país totalizou 66,96 milhões de pessoas, em janeiro último. A inadimplência nas operações de crédito, medida pelos bancos, por seu turno, encerrou o ano passado em 3,3%, superando a de 2022, que ficou em 3%.
Em dezembro último, o IBC-BR subiu 0,82% (na série livre de efeitos sazonais), acima da estabilidade de 0,09% de novembro. Pior resultado, desde abril de 2022 (148,93 pontos), o índice de atividade passou de 146,43 pontos para 147,63 pontos.
