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Ipea: alimentos, 'vilões' da inflação

Faixa de baixa renda sentiu mais avanço de alimentação | Foto: Ricardo Marajá/SMCS/Prefeitura de Curitiba

O peso do aumento dos alimentou sacrificou (ainda mais) o bolso das famílias de baixa renda, enquanto, em contrapartida, a redução de preço das passagens aéreas representou um alívio (a mais) para a classe de maior renda, aponta o 'Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda', elaborado e divulgado, nesta segunda-feira (19) pelo instituto de mesmo nome.

Atestado de que a carestia perdeu fôlego, mas ainda está longe de ter sido 'debelada', o indicador do Ipea observou tendência altista da inflação para os menos favorecidos economicamente, de 0,61%, em dezembro último, para 0,6%, em janeiro deste ano. De modo contrário, aqueles de renda elevada assistiram redução da taxa, de 0,62% para 0,04%, e igual comparativo.

Sobre tal desempenho, a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Maria Andreia Parente Lameiras escreveu, na Carta de Conjuntura do instituto: "Em termos absolutos, as maiores taxas de inflação no mês foram registradas nos segmentos de renda muito baixa (0,66%) e renda baixa (0,59%), refletindo, sobretudo, a alta nos preços dos alimentos. Em contrapartida, o segmento de renda alta foi o que apresentou a menor taxa de inflação no período (0,04%), beneficiada especialmente pela queda dos preços das passagens aéreas".

No primeiro mês de 2024, o maior impacto inflacionário para as classes de renda mais baixa estava associado aos alimentos para consumo no domicílio, com destaque para os aumentos nos cereais (6,8%), tubérculos (11,1%), frutas (5,1%) e óleos e gorduras (2 1%). De igual forma, o grupo saúde e cuidados pessoais exerceu grande pressão sobre a faixa de renda mais baixa, em decorrência dos reajustes de 0,70% dos produtos farmacêuticos e de 0,94% dos produtos de higiene pessoal.

Em contraponto, as famílias de renda alta foram contempladas com a queda de 15,2% dos preços das passagens aéreas e com o recuo e 10,2% nas tarifas de transporte por aplicativo.

Segundo o Ipea, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 5,67% na faixa de renda alta e em 3,47%, para a renda muito baixa. Os grupos de renda familiar vão de R$ 2.105,99 por mês (renda muito baixa) até uma renda mensal familiar superior a R$ 21.059,92 (renda mais alta). (M.S.)

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