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Selic pode ficar abaixo de 9% ao ano no fim de 2024

Declínio do indicador oficial de inflação respaldaria corte da taxa básica de juros | Foto: Divulgação

Por Marcello Sigwalt

'Há muita gordura para queimar'. É esse o recado dado, de forma majoritária por analistas de mercado em relação quanto à 'intensificação' dos cortes da Selic (taxa básica de juros) pelo Banco Central (BC), que poderia fechar 2024, inclusive, abaixo de 9% ao ano.

Para estes, não faltam fatores que permitiriam ao Banco Central (BC) adotar uma 'flexibilização monetária' mais acentuada, com maior destaque para a convergência do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado), indicador inflacionário oficial, ao teto da meta de inflação para este ano, de 4,75% - conforme já fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) - ao ter contabilizado variação de 4,51% nos últimos 12 meses. Tal tendência permaneceu 'consistente', mesmo com o recente 'repique' de preços nos EUA, que superou a expectativa do mercado local. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano.

O recuo sinalizado pelo indicador tupiniquim foi endossado pelo próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, ao destacar, em comunicados recentes, a queda das taxas de inflação "implícita", termo referente aos DAPs ou contratos futuros de cupom de IPCA, derivativo empregado como referência para 'apostas' em torno do comportamento da inflação, em um período específico.

Levando em conta esse parâmetro, a expectativa de inflação para 2024 caiu de 3,98%, no final do ano passado, para 3,46%, nas mínimas. Em um cenário em que o DAP estaria mais 'desidratado', isto é, com um prêmio menor, cresce a expectativa de uma inflação abaixo das projeções do próprio boletim Focus (3,82%).

"As inflações implícitas estão todas em queda", atestou Campos Neto, acrescentando o argumento de que "existe uma credibilidade em relação ao que está sendo feito".

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