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Após crescimento, Nubank passa a mirar clientes da concorrência

Nubank tem crescimento histórico em 2023 e quer expandir em 2024 | Foto: Divulgação

por Guilherme Cosenza

O mundo das Startups financeiras está cada vez maior. A possibilidade de se criar uma conta em um banco digital que traz facilidades e maneiras diferentes de ações sem a necessidade de ir até um gerente físico em um ambiente presencial encantou e encanta muitas pessoas. Até mesmo aqueles que nunca tiveram conta em banco, no digital passaram a ter. A ausência de taxas abusivas é sem sombra de dúvidas um dos motivos desse crescimento maciço de pessoas que optam pelas fintechs e startups na hora de abrir sua conta.

Vale ressaltar que em um mundo cada vez mais digital e menos papel, o dinheiro manipulado pelas mãos, por inúmeros motivos, vem perdendo espaço para os cartões. Antigamente era quase um desrespeito pagar contas de valores inferiores a R$ 10,00. Atualmente passar o cartão, seja no débito ou crédito, em valores baixos já é comum. Alinhando esses fatores com a nova geração que já começa sua vida adulta adquirindo uma conta em um banco digital, justamente para evitar as grandes taxas, que desde 2020 as startups financeiras estão tendo verdadeiras altas.

Entre elas, a maior de todas é o Nubank que registrou no ano passado uma alta de 176% em suas ações. Um dos primeiros bancos digitais no Brasil, o Nubank foi criado em 2013 e desde então passou a ganhar cada vez mais clientes, fosse pela facilidade na abertura de contas, o fácil acesso para aumento de crédito ou as facilidades para pagamentos.

Alia-se ainda a um aplicativo extremamente fácil e explicativo para que os clientes não tenham dificuldades de mexer. Essa foi a estratégia usada pelo banco para atrair não só brasileiros, mas clientes dos países vizinhos como mexicanos e colombianos, o que ampliou e muito o seu cabedal. Para o CEO do Nubank, David Vélez, a solidificação do banco agora indica um outro momento para a startup: a de conseguir pegar os clientes de seus concorrentes. O banco digital ainda conseguiu criar uma estratégia que acabou impulsionando a empresa em um momento onde os bancos começam a ter mais dificuldade. Em 2021 o Nubank foi a primeira fintech a abrir capital, o que gerou uma crescente mais rápida de clientes. Para se ter uma ideia, após a abertura de capital o Nubank dobrou o número de clientes, chegando a incríveis 90 milhões. Um número bem distante das demais fintechs e bancos digitais.

Isso se deu também porque assim que atingiu seu valor mais baixo de ações, muitos investidores passaram a acumular as ações do banco atrás dos dividendos, como resultado, o valor do Nubank acabou sendo alavancado para níveis acima do IPO. O que, segundo consta no Bloomberg Bilionaires Index, cresceu a fortuna de seu CEO de US$ 3,9 bilhões para US$ 9,2 bilhões.

Esses novos números demonstram que o Nubank vem quebrando o ceticismo de muitas pessoas que até então não acreditavam na possibilidade de uma crescente dos bancos digitais. Além disso, agora a fintech passou a ter um poder forte nas mãos para conseguir atingir os concorrentes e começar a tira-los até mesmo dos bancos tradicionais. "Nós explicamos a fórmula, não deveria ser tão difícil de entender. 'Temos 90 milhões de clientes, com 7.000 funcionários; nossos concorrentes têm 90 milhões de clientes com 110 mil funcionários e 5 mil agências", explicou Vélez em entrevista a Bloomberg Línea.

O CEO também salienta que com o passar do tempo, os serviços que comumente eram usados nos bancos convencionais, estão sendo cada vez mais utilizados dentro do aplicativo do Nubank: "temos visto mais clientes nos usando para receber salários, cartão de crédito, empréstimos pessoais, investimentos, seguros e acreditamos que essa tendência continuará".

Nubank quer
ganhar o mundo

Mesmo sem pressa para sua expansão, o CEO explica que pretende de fato expandir cada vez mais e ir além da América Latina chegando a Ásia, África e até mesmo nos Estados Unidos. Entretanto, Vélez se mostra extremamente cauteloso e sem afobação para esse crescimento. Porém, ele afirma que todos esses locais possuem gigantes bancários que podem ser desafiados pela fintech roxa.

Porém, atualmente o foco do Nubank, segundo o próprio empresário, está na expansão e solidificação do banco digital nos país do México e Colômbia. Vélez explica que os trabalhos nos locais estão seguindo a mesma cartilha usada no Brasil, que funcionou e solidificou o Nubank. "Nesses dois mercados, estamos seguindo o manual seguro que seguimos no Brasil: começar com um cartão de crédito, construir uma marca, obter uma licença, lançar depósitos e depois construir todo o banco totalmente digital".

A medida realmente tem tudo para dar certo e vermos o Nubank de fato se solidificar nesses dois países, além de ver o banco atingir níveis ainda maiores do que o ano passado. Para se ter uma ideia, o lucro líquido do Nubank em 2023 foi de US$ 355,6 milhões, mais de cinco vezes o valor do mesmo período em 2022. Aliado a isso, o banco digital teve um retorno sobre o capital próprio de 25% no mesmo trimestre, enquanto o maior banco da América Latina, o Itaú, teve um retorno de 21%, além de sair do mercado argentino, enquanto o Nubank cresceu sua clientela.

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