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Azul e Gol tem atraso na entrega de novas aeronaves

Com atraso na entrega de novas aeronaves, companhias diminuem capacidade | Foto: Divulgação

Por Guilherme Cosenza

Duas das principais linhas aéreas brasileiras, Gol e Azul, conseguiram melhorar suas margens de ganhos no terceiro trimestre desse ano. Porém, esse lucro poderia ser muito maior, caso as duas companhias tivessem já recebido suas novas aeronaves já encomendadas. Contudo, os recorrentes atrasos na entrega acabaram travando a capacidade de expansão de suas operações, um problema que poderá ter sérias consequências para o ano que vem, caso esses atrasos se mantenham.

"Eu já estou vendendo assentos em voos para setembro de 2024, por exemplo, e provavelmente alguns são de aeronaves novas. Se chegar no dia da entrega da aeronave e o fornecedor não entregar, vai causar um impacto nesses assentos que já foram vendidos", aponta o CFO da Azul, Alexandre Malfitani.

Embora esse não seja um problema novo, acabou ficando mais intenso com o aquecimento da demanda dos últimos trimestres, principalmente pós-pandemia. Enquanto a Azul sofre atrasos com a Airbus, a Gol passa por processo parecido com a Boeing. Para piorar, as entregas da Airbus para daqui a quatro anos já estão sendo anunciadas que terão atrasos.

Mas nesse cenário, a Gol passa por um processo ainda mais preocupante, pois até o momento a Boeing só conseguiu entregar um dos 15 aviões previstos para 2023. Com isso, a companhia está operando com 108 aviões, sete a menos do que possuía em 2019. Nesse cenário, a Gol poderá finalizar o ano com no máximo 114 aeronaves em ação, enquanto as demais aeronaves poderão ser entregues no próximo ano.

Em relação aos atrasos, a Boeing se limitou a dizer que "nossa equipe está focada em cumprir nossos compromissos com a Gol". A companhia aérea possui 106 pedidos de aeronaves da empresa americana, que são estimados em R$ 20,5 bilhões, segundo o balanço da Gol do terceiro trimestre.

Já a Embraer disse que as informações foram passadas na teleconferência de resultados e não comentaria sobre o caso.

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