O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, foi convidado para participar de uma reunião privada no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na próxima segunda-feira (13), às 10h. Ele irá se encontrar com os 24 deputados distritais. A data foi acerta na reunião do Colégio de Líderes, na segunda-feira (6). A informação foi divulgada nesta terça-feira (07) pelo Correio Braziliense e confirmada pelo Correio da Manhã.
Apesar do presidente do banco não ser obrigado a responder aos questionamentos dos parlamentares, caso ele recuse o convite, abre uma brecha para que os distritais discutam a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os prejuízos financeiros em decorrência do cartão de crédito virtual da instituição Nação BRB Fla.
Expectativa
Ao Correio da Manhã, o líder da minoria na CLDF, deputado distrital Gabriel Magno (PT), informou que ele já estava “acompanhando de perto as movimentações do BRB” e solicitou cópias de oito processos que tramitam no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) “que apuram os termos de contratos firmados entre o banco e o Flamengo”.
“Agora, estamos na expectativa de que o presidente da instituição nos apresente dados concretos e convincentes sobre a real situação do BRB e qual será a posição da direção do banco diante de fatos tão graves, como os que foram revelados. Caso isso não ocorra, vamos utilizar de todos os recursos que temos na CLDF para buscar corrigir eventuais distorções e punir os eventuais responsáveis”, enfatizou o deputado à reportagem.
A polêmica começou após o Banco Central (BC) considerar a receita lançada pelo BRB como irregular, com um registro contábil de diversas ações do banco inconsistente. Após a instituição determinar que o BRB refizesse os balanços de 2022 e de 2023, foi registrado um prejuízo de R$ 455 milhões em decorrência do cartão de crédito virtual para torcedores do Flamengo, time patrocinado pelo Banco de Brasília. O prejuízo acontece em decorrência da alta taxa de inadimplência dos cartões, ou seja, clientes que não pagaram suas dívidas.
O prejuízo causa preocupação já que o BRB é um banco público de economia mista. Em outras palavras, ele é controlado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), mas é organizado sob a forma de banco múltiplo. Portanto, já que a instituição financeira trabalha com recursos de terceiro, o GDF, como sócio majoritário, teria que arcar com recursos para resolver o problema.
Manifestação
Professores e orientadores educacionais da rede pública de ensino do DF marcaram para quinta-feira (9) uma manifestação em frente à sede do BRB para reivindicar uma renegociação justa das dívidas de servidores públicos da capital federal. O ato, organizado pelo sindicato dos professores do DF (Sinpro), está marcado para às 9h.
A reportagem tentou contato com o BRB, mas até o fechamento da reportagem não obteve respostas.
