por Guilherme Cosenza
Bem antes da criação do Remessa Conforme, a chinesa Shein já havia entrado no Brasil com força. A opção de comprar roupas mais baratos e com qualidade é o que fez a empresa se consolidar no país e ganhar direito agora ao Remessa Conforme criado pelo governo que impede a taxação de impostos a valores de até US$ 50,00.
A maneira como a Shein trabalha trouxe uma nova maneira de trabalho, diferente das grandes grifes que produzem grandes estoques de roupas, a empresa chinesa de compra de roupa online produz em pequenas quantidades, com lotes de 100 a 200 peças, medindo o sucesso das produções em tempo real de acordo com as demandas de compra. Dessa forma, a produção de larga escala entra para as peças de maior sucesso. Esse modelo vai de encontro com o trabalho de moda no Brasil e vem dando ainda algumas dificuldades para que a Shein consiga de fato criar raízes brasilerias da marca. Porém, esse fator fez com que a empresa reduzisse em peso a possibilidade de desperdício de material, profissional e por consequência, dinheiro.
No ano passado, segundo estimativas do banco de investimentos BTG Pactual, a Shein Brasil faturou R$ 7 bilhões um salto de 250% sobre os R$ 2 bilhões registrados em 2021. Considerando apenas a receita bruta das redes de vestuário do país em 2022, comparável ao faturamento estimado de R$ 7 bilhões da Shein, a varejista asiática superou a Marisa (R$ 3,2 bilhões), e fechou o ano bem perto da C&A (R$ 8,2 bilhões) e da Guararapes, dona da Riachuelo (R$ 8,6 bilhões), de acordo com as estimativas do BTG. Renner continuou líder com folga: receita bruta de R$ 15,9 bilhões em 2022.
Porém, ao que tudo indica, dependendo do crescimento da Shein até o final do ano, ela poderá de fato ter um faturamento maior do que a C&A, dependendo de como está sendo o crescimento em 2023. Entretanto, a ideia de nacionalizar a marca no país, talvez não surta um efeito tão positivo para o faturamento.
