por Guilherme Cosenza
A gigante da metalurgia, Gerdau, tem passado por maus momentos com o impacto negativo do aumento do comércio da China na importação de aço para dentro do Brasil, além do atual cenário de greves das montadoras americanas. Ela que foi a principal siderúrgica do país, com pés inclusive nos Estados Unidos, hoje se vê tendo que mudar sua postura somando demissões no Brasil e corte de produção na américa, local onde está 50% do Ebitda da siderúrgica brasileira.
Porém, nada disso é uma grande novidade e vem tendo um forte reflexo nas ações da empresa que nesse ano tiveram uma queda de mais de 13%. O crescimento chinês na importação já vem incomodando a muito tempo as brasileiras como a Gerdau, Usiminas e CSN, que devido ao preço praticado pelos chineses e as facilidades de comercializar o aço no país deixou as nacionais com muita dificuldade para ficarem competitivas. Para as brasileiras, o grande problema está na falta de tributação ao aço chinês. Com o Brasil sendo muito mais sedutor para os chineses do que do seu país que vive uma crise no setor imobiliário, aqui virou o local lucrativo.
Parte do setor metalúrgico esperava ainda que a produção de aço chinesa iria cair em 2023 por conta da economia mais fraca e de olho nas restrições de produção, uma vez que no ano passado, algumas regiões do país fecharam siderúrgicas, de olho nos níveis de poluição. Isso, contudo, não deve mais acontecer em 2023.
A produção de aço chinesa aumentando, além de impactar negativamente os preços do aço, ainda traz problemas para as margens das companhias - uma vez que o minério, principal matéria prima utilizada pelas siderúrgicas, continua caro.
Por outro lado, a realidade da economia dos Estados Unidos complica ainda mais a situação da siderúrgica brasileira. No segundo trimestre, a Gerdau era a favorita de muitos dos especialistas por conta de sua maior exposição aos Estados Unidos. Hoje, no entanto, essa maior exposição se tornou motivo para maior cautela, uma vez que a greve das montadoras traz uma paralização de vendas do aço da Gerdau para o setor americano no médio e longo prazo.