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Fraude: 'Até agora ninguém sabe'

Empresária da Magazine Luiza fala sobre fraude da Americanas | Foto: Divulgação

por Guilherme Cosenza

A Fraude ocorrida na varejista Americanas que levou a empresa a um pedido de Recuperação Judicial com dívidas declaradas de R$ 42,5 bilhões, ainda é um mistério para muita gente. Aliás, nem mesmo empresas do setor do varejo, concorrentes da Americanas, conseguem entender ao certo como isso se deu. Pelo menos, foi o que a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza, afirmou na terça-feira (24) em um evento promovido pela PwC na Arena Magalu, em São Paulo, para discutir a proteção de dados no varejo brasileiro.

"Já vi muita empresa quebrar na minha trajetória no varejo Lojas Cem, Arapuã, Mappin, Mesbla, Modelar. Eu proíbo [os funcionários] de falar dos concorrentes, mesmo com investidor, sempre foi assim. Acho muito desagradável", disse a empresária que ainda pontou que o problema da Americanas não é negativo apenas para a empresa, mas sim, para todas as marcas do varejo brasileiro. Uma amostra clara disso está na Bolsa de Valores onde as varejistas estão impulsionando altas quedas e tentando novas maneiras de voltar a reaquecer suas ações.

Porém, a empresária também afirmou que a falta de informação sobre os reais motivos, fazem com que as fake news acabem acontecendo: "Até agora ninguém sabe o que aconteceu com a Americanas. Eu não sei e não quero saber, a não ser que tivesse uma pessoa lá de dentro que me contasse. O que existe é um nível de fofoca muito grande".

O ocorrido com a concorrente fez, segundo Luiza Helena, as empresas do varejo tomarem cuidado em dobro em seus processos de trabalho. "As auditorias estão morrendo de medo de tudo. Todo episódio faz a gente repensar o que está fazendo, sempre procurando melhorar. Nos últimos dois anos, tivemos um grande crescimento na pandemia, incorporando novas pessoas. É importante rever os processos sempre". A Magalu informou em março desse ano que seu comitê de conduta e ética recebeu denúncia anônima sobre bonificação paga a funcionários por três distribuidoras da varejista.