por Guilherme Cosenza
Estudo realizado pelo IBGE apontou um avanço significativo dos trabalhos realizados por meio de plataformas digitais. Cerca de 1,5 milhão de pessoas ganham seu sustento por meio de aplicativos de serviços e, 628 mil, nas plataformas de comércio eletrônico. Os dados fazem parte do módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados pela primeira vez pelo IBGE. Segundo o órgão, "as estatísticas são experimentais, ou seja, estão em fase de teste e sob avaliação".
"Consideramos fundamental a disponibilização de uma base de dados que possibilite melhor quantificar e compreender o fenômeno da plataformização do trabalho no país. Esse foi o objetivo da introdução do módulo na pesquisa", afirmou Gustavo Geaquinto, analista do levantamento.
Os trabalhos que envolvem as atividades de transporte de passageiros, armazenagem e entregas de produtos foram as que reuniram a maior parte dos trabalhadores com 67,3%. Em seguida, aparece o setor de alojamento e alimentação, com 16,7%. "Aqui é sobretudo por causa dos estabelecimentos de alimentação, que usam as plataformas de entregas para clientes", disse Geaquinto.
A pesquisa também apontou dado referente ao ganho desses trabalhadores. Embora tenham lucros maiores do que os trabalhadores que não utilizam as plataformas, quem opta ou necessita optar pelos serviços por aplicativo acaba trabalhando mais horas do que os demais, sendo menos valorizados a hora de trabalho se comparados a outros profissionais.