Decisões do FED refletirão na Economia Brasileira
Aumento dos juros americanos vai de encontro com o BC
por Guilherme Cosenza
Muito além de observar o mercado nacional, quem pretende investir de maneira adequada e sem perder dinheiro, deve olhar o mercado internacional. Aliás, existe um mercado específico a ser olhado e analisado, aeconomia americana. Ela influencia direta e indiretamente o setoreconômico brasileiro. Afinal, se comparado a maior economia mundial, o Brasil ainda é muito pequeno e sofre influências diretas dos Estados Unidos.
Para se ter uma ideia, os investidores focados em renda fixa poderão sofrer um duro golpe a depender das conclusões tomadas pelo Federal Reserve (FED), o banco central americano.
O momento econômico atual é delicado, principalmente para o Brasil, uma vez que enquanto o país começa a cortar juros, os Estados Unidos estão subindo semu ma previsão de parada nos juros. Esse fato fez trazer divergências entre economistas e especialistas, que acreditam que as decisões tomadas pelo FED terão mais efeito na economia brasileira, do que as ações tomadas pelo Banco Central.
Para a próxima reunião do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto), a maioria (78,4%) dos agentes de aposta na manutenção dos juros no intervalo entre 5,25% e 5,5% nos EUA, enquanto alguns (21,6%) esperam aumento de 0,25 ponto percentual nos juros. Se o aumento não vier em novembro, ainda há outra chance da autarquia subir os juros em 2023, na última reunião do ano, em 13de dezembro.
Em reunião realizada pelos diretores do FED, foi colocada a estimativa de que os juros fiquem em torno de 5,5% e 5,75% até o final do ano. Porém, ainda no mar de incertezas, se torna ainda mais arriscado investir, uma vez que, títulos prefixados podem perder rentabilidade se os juros nos EUA subirem acima do esperado ou ficarem altos por mais tempo do que o mercado precifica atualmente.
Com isso, deixando mais difícil para o BC diminuir a Selic para 9% ao ano em 2024. Entretanto, já existem especialistas que desacreditam nessa diminuição justamente por conta das altas nos juros americanos, trazendo um ceticismo do mercado, adicionando-se a isso o risco de quem compra prefixados no momento.
