por Guilherme Cosenza
Uma das mais famosas e fortes livrarias brasileiras deu adeus a suas últimas lojas físicas. A Saraiva, que marcou gerações de leitores e escritores, demitiu seus funcionários das últimas cinco lojas que ainda restavam, quatro na capital paulista, incluindo a icônica loja na Praça da Sé, a segunda a ser lançada em 1970, e uma em Campo Grande (MS). Dessa forma, a gigante dos livros que chegou a ser a maior do país com mais de 100 unidades, viu seu legado acabando no mercado físico, a marca continua a vender livros e outros produtos através de e-commercie.
Entretanto, a decida ladeira abaixo da Saraiva não foi do dia para noite, desde 2018, a livraria já vinha fechando suas lojas em meio à crise. No mesmo ano, a rede ficou com 84 unidades e com o site. Porém, logo em seguida a Saraiva entrou com pedido de recuperação judicial. A dívida revelada naquele momento era de R$ 674 milhões. Sem conseguir o montante da dívida ao longo dos anos, a empresa passou reduzir cada vez mais sua operação física e tentar entrar de fato no online. Diante desse cenário, a Saraiva realizará uma Assembleia Geral Especial de Preferencialistas (AGESP) nesta sexta-feira (22) para discutir, entre outros temas, a transformação das ações preferenciais em ações ordinárias. Caso seja aceito, o controle da empresa, atualmente da família Saraiva, poderá ser transferido para os principais acionistas. Também será o momento dos acionistas decidirem sobre o cronograma para a recomposição do Conselho de Administração após a renúncia de dois membros, alegando existir uma falsa ata do Conselho de Administração assinada pelo presidente.
"A companhia se encontra em recuperação judicial e com situação complexa frente ao cenário econômico do varejo brasileiro. Como já apresentado em fatos relevantes a atividade da companhia reduziu-se expressivamente e, infelizmente, alguns pagamentos, inclusive o de Conselheiros, estão atrasados, o que, provavelmente irá gerar outras renúncias de conselheiros eleitos", disse a empresa em nota.