O dólar avançava para além dos R$ 5,20 nesta quinta-feira (23), com investidores à espera de mais uma audiência do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Congresso dos Estados Unidos, enquanto temores globais sobre possível recessão e riscos fiscais domésticos seguiam no radar.
Investidores também ficarão atentos ao presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, que dará entrevista à imprensa a partir das 11h (de Brasília) sobre a condução da política monetária, acompanhando do novo diretor de Política Econômica, Diogo Guillen.
Às 9h07 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,54%, a R$ 5,2070 na venda.
Na B3, às 9h07 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,21%, a R$ 5,2200. Na véspera, a divisa norte-americana à vista subiu 0,50%, a R$ 5,1791 na venda.
Temores de uma recessão nos Estados Unidos voltaram a balançar os mercados mundiais nesta quarta-feira (22) após o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) reforçar o ímpeto da autoridade monetária em frear a maior inflação no país em 40 anos.
Jerome Powell disse que o Fed está "fortemente comprometido" em atingir rapidamente esse objetivo.
Powell afirmou que o risco de desaceleração econômica é "certamente possível" durante audiência ao comitê bancário do Senado, embora tenha ponderado quanto à possibilidade de recessão.
Analistas consideraram as declarações de Powell como um aviso de que o Fed poderá subir sua taxa de juros entre 0,75 e 1 ponto percentual em agosto.
Na semana passada, o Fed aumentou os juros em 0,75 ponto, na maior elevação aplicada pela autoridade desde 1994.
A Bolsa de Valores brasileira caiu 0,16%, com o Ibovespa fechando em 99.522 pontos. O mercado doméstico acompanhou a baixa da Bolsa de Nova York, cujo índice de referência, o S&P 500, cedeu 0,13%. Dow Jones e Nasdaq, dois dos principais indicadores das ações americanas, perderam 0,15% e 0,15%.
Também encerraram o dia em baixa os principais mercados de ações europeus, com Londres, Paris e Frankfurt caindo 0,88%, 0,81% e 1,11%, nessa ordem.
O preço de referência do barril do petróleo bruto era negociado com desvalorização de 4,06% no início da noite desta quarta, cotado a US$ 109,99 (R$ 566,48).
Na última sexta-feira (17), o barril do Brent já havia tombado 5,58%. No acumulado deste ano, porém, a matéria-prima ainda tem valorização de quase 40%.
Juros elevados nos Estados Unidos sinalizam ao mercado que o consumo na principal economia do planeta poderá cair severamente e espalhar a recessão pelo globo. A desaceleração reduz a necessidade de produção de energia e, consequentemente, a demanda por combustíveis derivados do petróleo.
Além das preocupações quanto à recessão, os preços do petróleo também despencavam nesta quarta devido à notícia de um plano elaborado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para reduzir os custos de combustível para os motoristas.