Por: Cláudio Magnavita

Coluna Magnavita | Palestra 'terceirizada' da Firjan assusta investidores. Entidade se apequenou

Gestor de Inteligência de Dados da Firjan, Jhonatan Goulart | Foto: Renato Wrobel

"Que saudade de Eduardo Eugenio!" Foi a frase mais ouvida no almoço do LIDE Rio, no Hotel Fairmont, nesta quinta, 25 de setembro, depois que o gestor de Inteligência de Dados da Firjan, Jhonatan Goulart, resolveu torpedear a imagem do Rio de Janeiro na palestra que realizou como preposto do presidente da Federação da Indústria do Estado do Rio, Luiz Césio Caetano.

Com o salão lotado, a plateia formada pela nata empresarial fluminense, que esperava a fala do novo presidente da Firjan, foi surpreendida quando, após uma breve abertura, ele resolveu terceirizar a sua palestra e chamou Goulart para a desastrada apresentação. Oriundo da Academia Naval dos Estados Unidos, o analista da Firjan ligou a metralhadora giratória e atirou contra a realidade fluminense, apresentando dados parciais. Optou pela metade vazia do copo e não as conquistas da própria Firjan, na gestão de Eduardo Eugenio Gouveia Vieira.

Para espanto da plateia, o preposto de Luiz Caetano pinçou até uma questão sobre o ICMS do setor de combustível, comparando o Rio com São Paulo e Minas. Um exemplo infeliz, que deve ter agradado o setor, que está parcialmente dominado pelo PCC.

O neófito assessor da Firjan falou até contra a entidade, já que apontou a falta de mão de obra especializada como um impedimento do crescimento industrial do Rio, esquecendo que o Senai é o maior provedor de especialistas para atender o segmento industrial em todo o Rio, inclusive criando cursos para atender demandas específicas. O Senai forma um sistema com as Faetecs e Senac, que atende as formações de mão de obras especializadas, além do estado possuir a maior rede de universidades públicas do país e centros avançados de pesquisa na área de óleo e gás. Neste quesito, a Firjan foi salva por uma questão da plateia que pediu a Caetano para falar sobre o papel do Senai.

Como Caetano está chegando agora, ele merece um voto de confiança e não deve ter revisado a palestra "espanta investidor" do seu analista de dados. A sorte que a palestra a seguir era do Secretário da Casa Civil do Governo do Rio, Nicola Miccione, que trouxe, em dados concretos, os avanços fluminenses e mostrou um Rio bem diferente que a deselegante palestra da Firjan traçou.

O ex-presidente da Firjan, Eduardo Eugenio, era um showman e teria mostrado o mesmo Rio que Miccione mostrou, para elevar a confiança e o interesse de investidores. Nunca permitiria que um técnico xiita viesse a falar em nome da entidade, promovendo um naufrágio da imagem da entidade diante de uma plateia tão seleta.