Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

'Foi a TV que garantiu meu sustento'

Na próxima sexta (22), William Shatner comemora 93 anos com maratona de 'Inexplicável' no History Channel | Foto: Divulgação

Acredite se quiser: William Shatner, o eterno Capitão Kirk, vai fazer 93 anos na semana que vem; apresenta um programa no History Channel sobre mistérios do planeta ("Inexplicável"); e está organizando uma excursão de Ushuaia, na Argentina, para terras antárticas no próximo Natal.

"A imaginação e a meditação nos leva a lugares exóticos, mas somos cercados de questões misteriosas todos os dias", disse o ator canadense em uma entrevista coletiva online, com a presença do Correio da Manhã, na qual teve um súbito ataque de tosse.

Ao lhe oferecerem uma pausa para uma água, para deter seu engasgo, ele brincou: "Quero morrer na tela, pois será dramático".

No dia de seu aniversário, o History Channel promove maratona especial de "Inexplicável". No Brasil, o seriado - que entra na quarta temporada em junho, sempre explorando estranhezas geográficas, segredos da mente e misticismos - vai apresentar histórias inusitadas, narradas por ele, a partir das 18h40, com a exibição de três episódios da terceira temporada em sequência. "Nada causa mais estupefação do que a Natureza. Não existe sobrenatural que se equipare às forças que a Natureza tem", disse Shatner, que entre 1966 e 1969, assumiu o comando da nave Enterprise, no papel de Kirk, em "Jornada nas Estrelas" ("Star Trek"), voltando ao posto em 1979, quando a franquia da TV chegou ao cinema. "A tal 'Fronteira final' de que a série falava muda toda hora de lugar, destruindo todas as minhas certezas, menos o fato de que Kirk me fazia sentir uma proximidade forte com o futuro. Fora isso, eu sinto uma saudade enorme de um irmão... Leonard Nimoy (intérprete do Sr. Spock), que se tornou meu melhor amigo. Fiquei muito triste pelo fato de ele ter se afastado quando estava em seus dias finais. Depois eu entendi que as pessoas que estão partindo se isolam para não fazer sofrer aqueles que amam".

No Brasil, Shatner foi dublado por gênios da voz como Marcos Miranda, Waldy Sant'Anna, Marco Antônio Costa, Márcio Seixas, Rodney Gomes e Garcia Júnior. A voz de Miranda foi especialmente popular em função do sucesso - no SBT - de "Carro Comando".

"Eu fazia um policial avesso a regras, forjado para ser durão, que passa a série inteira numa tentativa de mudar e se adaptar ao novo", diz o ator, que viajou ao espaço em 2021, numa rota pela órbita da Terra, a bordo da nave Blue Origin, em companhia do empresário Jeff Bezos.

Um ano depois, o intérprete de James Tiberius Kirk revelou detalhes sobre a experiência estelar em seu livro de memórias "Boldly Go: Reflections on a Life of Awe and Wonder".

"O aquecimento global foi um dos aspectos que notei da nave, conferindo os estragos que causamos ao nosso lar", diz Shatner, que, em 1958, estrelou uma versão de "Os Irmãos Karamazov", de Dostoiévski, sob a direção de Richard Brooks, com Yul Brynner, Maria Schell, Claire Bloom, Lee J. Cobb e Richard Basehart.

Em "Inexplicável", é Faduli Costa quem se encarrega de dublar Shatner. No primeiro dos episódios agendados pelo History para o dia 22, "Cidades perdidas", ele explora territórios que foram motivo de obsessão durante séculos para diversos arqueólogos, exploradores e pesquisadores. Entre elas, está a Laguna de Guatativa, na Colômbia, um local sagrado para os indígenas, relacionado à lenda do El Dorado. O segundo episódio de "Inexplicável", "Histórias dos que já se foram", investiga se as diversas maneiras encontradas pelos humanos para enterrar seus mortos - sejam tumbas, sepulcros ou cremações - podem preservar a alma ou até mesmo trazer os falecidos de volta à vida. Já "O poder das profecias" examina os casos em que místicos, profetas e clarividentes tiveram visões de acontecimentos que mudaram o curso da história. Mas o que revelaram suas profecias? E quais previsões foram feitas por eles em relação ao futuro da humanidade?

"Adoro televisão, pois foi ela que me tornou popular", confessa. "Venho de Montreal e fui parar na Broadway, antes de ir para Hollywood, onde muitas forças operam. Mas foi a TV que me garantiu meu sustento".

 

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