Exclusivo! Um 'Alien' como a Terra nunca viu: diretor Noah Hawley revela detalhes de seu novo projeto
Mente por trás de 'Fargo' e 'Legion', 'Alien: Earth' chega ao Disney+ nesta terça (12)
Principal estreia de agosto no Disney , a série "Alien: Earth" chega ao streaming às 21h desta terça-feira (12) para expandir a franquia criada por Ridley Scott nos anos 1970, trazendo o temível Alien para o planeta Terra. Ambientada dois anos antes do primeiro filme, a produção tem oito episódios e foi criada, escrita e dirigida por Noah Hawley, responsável por fenômenos da TV americana, como "Fargo" e "Legion". Em conversa com o Correio da Manhã, o realizador revela o segredo para trabalhar com franquias que contam com tantos fãs e consegue ser unanimidade entre eles.
"Felizmente, essa é a terceira vez que tenho a oportunidade de adaptar materiais que contam com fãs muito apaixonados. 'Fargo' e 'X-Men', que virou a série 'Legion', e agora 'Alien'. Acho que tenho essa habilidade de entender o que os fãs realmente amam nas franquias e explorar isso. E sempre tive a filosofia de que se você tentar recontar uma história que os fãs amam, você sempre vai desapontar alguém. Porque você tem que mudar algumas coisas, fazer adaptações e retirar histórias ou personagens que são importantes para alguém no fandom. Mas se você pegar algo que os fãs amam, como os 'X-Men', e contar novas histórias... Sabe? Se você explorar esse mundo que eles amam, abordar outros personagens, a tendência é que eles encarem seu projeto como um presente para a saga", explica Noah.
"Talvez minha maior qualidade como realizador seja ter pouquíssimas dúvidas criativas. Se eu estou brincando com materiais que já existem, eu tenho ideias e deixo que elas fluam e me conduzam até o fim. Se não posso dar ao público o que ele quer, tenho que, no mínimo, entregar algo que os faça perceber que isso é muito melhor do que aquilo que eles queriam", continuou.
A trama da série acompanha um inovador processo tecnológico que transporta a consciência de crianças em estágio terminal para corpos robóticos, fazendo com que os protagonistas da vez sejam essa mistura do humano com a inteligência artificial. Porém, o diretor afirmou que a trama foi concebida muito antes do debate sobre as IA's tomar conta de Hollywood. Mas, para ele, isso é excelente, porque a série chega no momento mais quente da discussão.
"A série está em produção há tanto tempo que o conceito do debate sobre o ChatGPT e as IA's, que felizmente viraram pauta de discussões nos últimos dois anos, ainda nem era algo tão presente. Mas esse debate e o que está presente na série é a busca da humanidade pelo que virá a seguir. Nós vamos ser substituídos pela inteligência artificial ou seremos capazes de fazer uploads das nossas consciências em corpos sintéticos? É o assunto do momento, mas não parecia que seria um tema abordado tão em breve há seis anos, quando escrevi a série. É gratificante enquanto contador de histórias que sua história chegue ao público no momento exato em que esse público está debatendo o que você tinha em mente lá atrás. É muito melhor do que chegar atrasado, por exemplo, quando ninguém liga mais para o assunto ou não é mais relevante para as vidas delas", contou.
Ele também alertou para o mundo real, em que bilionários estão tomando a frente de processos que visão a mecanização humana, como o infame Chip Neural que a equipe do polêmico Elon Musk está desenvolvendo, e questionou sobre a maturidade daqueles que dizem estar procurando o futuro da humanidade.
"O show se agarra a essa ideia de como a humanidade vai sobreviver se não agirmos como adultos. Se não formos responsáveis, se deixarmos o capitalismo comandar, que alguns bilionários irresponsáveis, que agem feito crianças, tomem a decisão sobre o futuro da humanidade... o fim estará próximo", concluiu Noah Hawley sem citar nominalmente nenhum dos bilionários.