Sombras do samurai
Aos 86 anos, com HQ nova no mercado editorial, Julio Shimamoto, artesão dos quadrinhos no Brasil, desenvolve uma nova técnica, com pintura e raspagem em azulejo, à moda da xilogravura
Xiloshima é o nome que um titã dos quadrinhos latino-americanas, Julio Shimamoto, hoje com 86 anos, inventou para classificar o atual método de expressão - meio artes plásticas, meio artes gráficas - que tem desenvolvido em sua casa, em Jacarepaguá, longe dos compromissos com as graphic novels e revistinhas mensais que fizeram dele uma lenda no mercado editorial.
"Atualmente, pinto a face de azulejos brancos com tinta preta à base de água e, após secagem, eu as raspo com ponta de prego ou espetinho de churrasco, produzindo desenho assemelhado ao xilo. É um método que dispensa madeira. Após escanear a imagem, eu a removo, por lavagem, e reutilizo o azulejo ou cerâmica para novos trabalhos", explica o bamba do desenho em P&B, nas raias do expressionismo.