É um pássaro? É um avião? É quadrinho bom! Chegada do longa de James Gunn aquece as vendas de Superman nas bancas e livrarias
Chegada do longa-metragem de James Gunn, que veio ao Brasil esta semana, aquece as vendas de Superman nas bancas e livrarias
Por trás do título quilométrico, "Superman: O Que Há De Errado Com Verdade, Justiça E Um Futuro Melhor?", a mais esperada HQ do Homem de Aço de 2025 é um delírio gráfico dos artistas Doug Mahnke, Joe Kelly e Lee Bermejo que arrebata pela leitura. O título chega ao Brasil no rastro do novo filme do último filho de Krypton, a ofertar (no papel) a reflexão que calça seu regresso às telas. A pergunta central da revista é "será que Kal-El ficou ultrapassado para os padrões do mundo moderno?". Um agressivo grupo de meta-humanos chamado Elite certamente pensa assim e está prestes a destruir os ideais altruístas do alienígena que adotou Metrópolis como seu lar. É esse também o mote do longa-metragem do diretor James Gunn (de "Guardiões da Galáxia"), que esteve no Rio de Janeiro na segunda-feira, ao lado de Rachel Brosnahan e David Corenswet. Eles vivem o casal de repórteres Lois Lane e Clark Kent numa Metrópolis cercada de perigos, a começar de um ser mortífero chamado Ultraman (espécie de contraparte maligna do kryptoniano) e do magnata Lex Luthor (papel de Nicholas Hoult).
"O lado humano do Superman é quase um cosplay de pessoa", disse Corenswet, um americano da Filadélfia, de 31 anos, que assume um papel imortalizado por Christopher Reeve (1952-2004) em 1978 e bem defendido por Henry Cavill de 2013 a 2022.
Pelo que se viu das primeiras imagens de "Superman", num corte de 30 minutos projetado na telona do Odeon, a produção que estreia em 10 de julho põe o cão Krypto como sua isca para atrair nerds. Seus latidos agradam as turmas que se desconectaram de Kal-El pelo fato de ele, por ser poderoso ao extremo, não conseguir traduzir as imperfeições humanas. Nos EUA, o cachorro, que voa e tem superforça, acaba de ganhar uma HQ própria, da DC Comics.
"O que usei em 'Superman' foi a reflexão sobre como um sujeito que é quase um deus se relaciona consigo mesmo em sua busca pela verdade", disse Gunn em papo mediado pela jornalista Renata Boldrini, no qual a palavra "vulnerabilidade" vinha à tona várias vezes.
Esse termo é o alimento das aventuras em quadrinhos mais populares do herói criado em 1938 por Jerry Siegel (1914-1996) e Joe Schuster (1914-1992), lançadas aqui pela Panini Comics. É o caso da edição número 100 da revista mensal do Homem de Aço, que será lançada por aqui em julho. Seguindo os acontecimentos da saga "Poder Absoluto", Superman e a feiticeira Zatanna estão sem poderes, mas eles precisam encontrar um místico mapa que poderá ajudá-los a recuperar suas habilidades especiais e acabar com os planos da agente Amanda Waller, a líder do Esquadrão Suicida.
Encontra-se um Superman humanizado, alquebrado por dentro, no álbum de luxo "Paz na Terra", com o desenho realista de Alex Ross e roteiro de Paul Dini. Essa graphic novel saiu em 1998, quando Clark Kent fez 60 anos, mas regressa agora, recauchutada, como um esquenta para o filme.
Muito do que Gunn vai tratar em circuito vem das historietas escritas e desenhadas por John Byrne nos anos 1980. A maioria delas foi compilada pela Panini em "A Saga do Superman", que traz personagens transpostos agora para o cinema como é o caso do iracundo Lanterna Verde Guy Gardner.
Já está à venda o encadernado de 216 páginas "O Mundo", no qual artistas de 15 países contam histórias protagonizadas pelo maior super-herói de todos. O miolo reúne bambas da arte sequencial como Dan Jurgens e Lee Weeks (Estados Unidos); Jefferson Costa (Brasil); Mauro Mantella e Agustín Alessio (Argentina); Dr. Ejob Gaius, E.N. Ejob e Coeurtys Minko (Camarões); Štepán Kopriva e Michal Suchánek (Tchéquia); e Flix (Alemanha), entre outros.
Nos EUA hoje, a sensação quadrinística da hora é "Superman Unlimited", na qual o herói lida com a queda de um asteroide de kryptonita nas cercanias de Metrópolis.