Mafalda, quem diria, chega aos 60

Patrimônio universal dos quadrinhos, prestes a ganhar série na Netfllix, a heroína de Quino completa 60 anos servindo de munição à luta contra a ultradireita na Argentina

Por Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Mafalda, a menininha contestadora, tem suas tiras editadas em 30 países e traduzida em 16 idiomas

Em decorrência da negativa dada pela Argentina ao votar "Não!", no último dia 14, contra uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), proposta para intensificar esforços na erradicação de violências contra as mulheres, a figura da menina Mafalda, a mais famosa personagem dos quadrinhos de nuestros hermanos, passou a circular com força total nas redes sociais e na imprensa impressa.

Suas tirinhas nunca saíram do radar da mídia, sobretudo dos veículos jornalísticos mais à esquerda, contudo, atitudes do atual presidente argentino Javier Milei amplificaram a relevância das críticas expressas pela garota a partir dos balõezinhos desenhados por Joaquín Salvador Lavado Tejón (1932-2020), ou apenas Quino.

As deliberações conservadoras (afinadas com a filosofia da ultradireita) de Milei encontram na heroína mirim de seis anos uma dissonância.

O simbolismo de oposição ao atual regime que ela carrega faz crescer a procura pelas antologias de suas historietas em meio à comemoração dos 60 anos de sua estreia nas HQs.

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