Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Lâmina eterna

Amazon Prime exibe o desenho animado inspirado no gibi de Hiroaki Samura | Foto: Divulgação

 

Uma das mais notórias usinas da mangá do Brasil, a JBC já pôs em pré-venda online a nova edição de um sucesso de vendas que se estabeleceu como cult: "Blade of the Immortal", de Hiroaki Samura. A nova safra, com uma capa sofisticada e 448 páginas de leitura, chega às bancas no dia 16 de maio. Manji, espadachim sem parâmetros, avesso a normas morais, é seu anti-herói.

Aliás, a Amazon Prime brasileira (www.amazon.com.br) está vendendo álbuns encadernados de capa dura com a tradução em Inglês, da Dark Horse, desse assassino que se meteu com as forças das trevas sem querer.

Após ser encontrado quase morto, Manji é salvo por uma monja que acaba lhe dando vida eterna. Querendo sua mortalidade de volta, o samurai faz um acordo com ela: matar um determinado número de criminosos, e só então ela cumprirá sua parte no acordo. A morte e a espada andam lado a lado. Mas como um samurai imortal irá expiar os pecados cometidos pela sua espada? Lavando sua espada em sangue derramado, porém, de forma justa.

Na Amazon Prime, é possível encontrar uma série de desenhos animados, em 24 episódios, que adaptaram os quadrinhos de Samura, dirigida por Hiroshi Hamasaki. Já na Paramount há uma joia: o longa-metragem live action, rodado por Takashi Miike e lançado no Festival de Cannes de 2017, com base nesse devastador gibi.

Miike é um dos mais prolíficos cineastas da Ásia na atualidade e lançou, no ano passado, uma série animada - "Onimusha" - na Netflix. Em paralelo, o longa mais recente do diretor japonês, "The Mole Song: Final", exibido no Festival de Roterdã, corre mundo afora. A produção encerra a trilogia iniciada com "Undercover Agent Reiji" (2014) e seguida por "Hong Kong Capriccio" (2017). Desta vez, os inimigos são um grupo mafioso italiano que rondam o porto de Yokohama. Mas, em meio às novidades ligadas ao seu nome, o realizador de "13 Assassinos" (2010) está invadindo a streminguesfera por meio de um de seus melhores filmes, que nunca teve espaço em tela no Brasil. Sua forma de recriar "Blade of the Immortal" é capaz de surpreender até seus fãs.

"Sempre me aprece uma história, que vem da minha relação com o real e com o próprio cinema, celebrando o fato de poder dar prestígio ao cinema de ação. Tento filmar o máximo que posso sempre desafiando as convenções cinemáticas do espaço e do tempo em narrativas que divirtam a plateia discutindo noções universais de honra e de respeito a partir de uma potência imagética", disse o diretor ao Correio da Manhã, durante o Festival de Cannes de 2019, onde surpreendeu a Quinzena dos Realizadores com "Primeiro Amor".

Em "Espada do Imortal", Takuya Kimura vive Manji, um ás da espada amaldiçoado com a eternidade. Na trama, ele precisa ajudar uma jovem, Rin (a hilária Hanna Sugisaki), a cumprir uma vingança. Miike investe num estilo pautado pela banalização da brutalidade como forma de retratar estratégias de se preservar memórias e tradições.

 

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