Do Renascença para o estúdio com aquele jeitão de roda
Moacyr Luz celebra 20 anos do Samba do Trabalhador com disco que reúne parcerias inéditas, releituras de clássicos e composições dos integrantes da roda
Moacyr Luz celebra 20 anos do Samba do Trabalhador com disco que reúne parcerias inéditas, releituras de clássicos e composições dos integrantes da roda
Nascido informalmente em maio de 2005 nas dependências do Renascença Clube, no Andaraí, o Samba do Trabalhador transformou-se numa das mais famosas rodas de samba do país. O que começou como um encontro descontraído de sambistas liderados pelo cantor compositor Moacyr Luz virou patrimônio carioca, que reúne semanalmente músicos consagrados e um público fiel. Para marcar os 20 anos dessa bela trajetória, a Biscoito Fino lança o álbum "Moacyr Luz e Samba do Trabalhador, 20 Anos", já disponível nas plataformas digitais.
O trabalho evoca o clima das apresentações ao vivo do grupo: uma mescla de gerações, estilos e compositores que se encontram no terreno comum do samba. Moacyr Luz, figura central desse movimento, apresenta parcerias inéditas com nomes como Dunga, Pedro Luís e Xande de Pilares num trabalho que revisita momentos significativos de sua própria obra como "Vila Isabel", parceria de Moa com Martinho da Vila, que ganha a voz de Mingo Silva. Gabriel Cavalcante empresta sua interpretação a "Tudo o que Vivi", fruto da colaboração entre Moacyr e o saudoso Wilson das Neves. Já Alexandre Marmita assume os vocais de "Cachaça, Árvore e Bandeira", samba que Moacyr compôs ao lado de Aldir Blanc, um dos parceiros mais frequentes de Moa.
Moa também apresenta no disco parcerias com integrantes do Samba do Trabalhador. "Vai Clarear", parceria de Moacyr Luz com Alexandre Marmita, Mingo Silva e Nego Álvaro; e "Caboclo pára-raios", interpretada por Mingo Silva, nasce da parceria entre o próprio Mingo e Anderson Baiaco. Gabriel Cavalcante apresenta "Roda de Partido", que assina com Roberto Didio, prestando tributo aos grandes partideiros da história do samba. "Vou tentando", interpretada por Alexandre Marmita, é fruto de sua parceria com Moa.
O álbum também conta com participações especiais que fazem jus ao adjetivo. Joyce Moreno está "Eu Fiz um Samba pra Bahia", parceria de Moacyr com Sereno, integrante do Fundo de Quintal. O samba "Água Santa", inédito de Moacyr com Pedro Luís, reúne os dois parceiros na gravação e ganha a contribuição da gaita do maestro Rildo Hora. Marina Iris participa nos vocais de "Dezesseis", mais uma composição inédita da dupla Moacyr Luz e Aldir Blanc. A memória de Aldir Blanc também é evocada em "Mitos Cariocas", parceria dos dois que homenageia o cartunista Lan.
A sonoridade do disco ficou a cargo de Leandro Pereira, violonista que acompanha o grupo há anos e que assumiu a responsabilidade pelos arranjos. O desafio de transpor para o ambiente de estúdio a atmosfera informal e festiva que caracteriza as rodas do Renascença resultou num álbum festivo ainda que gravado em estúdio. Ouça o trabalho aqui.
