Quando o samba manda chamar
Leila Pinheira retorna ao gênero com novo show no Riachuelo
O chamado do samba é coisa com que não se brinca. Leila Pinheiro que o diga. A cantora e compositora retoma sua ligação com o gênero 12 anos depois do show "Eu Canto Samba" com o espetáculo "Viva Meu Samba", que marca seus 45 anos de carreira. A apresentação nesta quarta-feira (10), no Teatro Riachuelo Rio, reúne a cantora e pianista com Pretinho da Serrinha, parceiro desde aquele primeiro encontro sambista de 2013.
"Naquele show, ele subiu ao palco tímido, para cantar apenas duas músicas comigo. Agora volta sem nenhuma timidez, para abrir a voz e me encher de alegria", recorda Leila. "Ele me disse que, na Serrinha, gratidão é ouro em pó, e nunca esqueceu do meu convite. É puro amor!", completa a artista.
O repertório percorre clássicos de mestres como João Bosco e Aldir Blanc, Dona Ivone Lara, Nei Lopes, João Nogueira, Arlindo Cruz, Sombrinha, Xande de Pilares, Almir Guineto e Jorge Aragão. Entre as pérolas selecionadas estão "Nação", "Tendência", "Fogo de Saudade" e "Trilha do Amor", além de "Minha Mangueira", composição própria de Leila em homenagem à verde e rosa, gravada mas ainda inédita em shows.
A direção musical fica por conta da própria artista, enquanto Marcus Fernando, pesquisador musical e cineasta que já foi seu parceiro na turnê de 2013, assina direção e roteiro. No palco, Leila tem o acompanhamento de banda formada por cinco músicos de primeira linha: Hudson Sete Cordas (violão de 7 cordas), Diego Zangado (bateria), Leandro Pereira (cavaquinho), Julio Florindo (contrabaixo) e Luiz Augusto (percussão).
Paraense de Belém, Leila construiu uma trajetória sólida iniciada aos 20 anos, quando abandonou Medicina para se dedicar à música. Mudou-se para o Rio em 1981 e ganhou projeção nacional ao vencer o prêmio de cantora-revelação no Festival dos Festivais (1985) com "Verde", de Eduardo Gudin e José Carlos Costa Neto. Sua discografia reúne 24 álbuns e três DVDs, incluindo sucessos como "Benção, Bossa Nova" (1989) e "Coisas do Brasil" (1993).
Reconhecida pelo ecletismo e sofisticação de suas interpretações, a artista colaborou com nomes como Tom Jobim, Chico Buarque, Ivan Lins e Pat Metheny, apresentando-se em palcos prestigiosos como o Carnegie Hall, em Nova York (EUA). "Viva Meu Samba" celebra uma carreira consolidada e reafirma o lugar especial que o samba ocupa no coração de uma das mais completas intérpretes brasileiras. (A.N.)
SERVIÇO
LEILA PINHEIRO - VIVA MEU SAMBA
Teatro Riachuelo Rio (Rua do Passeio, 38, Centro)
10/9, às 20h
Ingressos entre R$ 25 a R$ 140
