O lançamento ousado de Marco Vincit
Cantor e compositor mineiro faz estreia fonográfica com álbum duplo que reúne 20 faixas que misturam paixão, romantismo e experimentação sonora
Em tempos de lançamentos isolados de faixas, os singles, o mineiro Marco Vincit desafia as convenções do mercado com seu álbum de estreia "Rosas Amarelas: Uma História de Quase Amor Baseada em Fatos Surreais", disponível nas plataformas digitais. O trabalho duplo reúne 20 faixas, um risco assumido pelo cantor e compositor. "Estava preocupado com o álbum, especialmente pela questão de as pessoas pararem para ouvir 20 faixas", admite o artista, que constrói um universo sonoro híbrido para embalar letras carregadas de romantismo, drama e referências contemporâneas.
Natural de Brumadinho, Marco transitou entre música e design antes de se estabelecer em São Paulo. Sua formação no Palácio das Artes e a posterior dedicação ao design gráfico moldaram sua abordagem metodológica à criação musical. A decisão de gravar em Belo Horizonte, ao lado do baixista Felipe Fantoni, que coproduziu o trabalho, revela a dimensão afetiva do projeto. "Falou mais alto a amizade com músicos mineiros", explica o músico, que enviou 20 textos - inicialmente chamados de "histórias" - para Fantoni transformar em canções.
O álbum surge de uma experiência pessoal intensa: o fim de um relacionamento longo e uma nova paixão vivida em São Paulo. "Vivi uma paixão rápida e fiz esse discão. Me separei de um namoro de muito tempo, e de repente me senti como se tivesse 20 anos, apaixonado de novo", revela Marco. Essa experiência se traduz no conceito das quatro estações da paixão, organizando as faixas como um vinil duplo imaginário, onde cada lado representa uma estação do ano.
Musicalmente, "Rosas Amarelas" transita do R&B setentista às baladas românticas.
O processo criativo não foi isento de ansiedades. Marco relata ter ficado "doente com as redes sociais" durante a produção, precisando se afastar das plataformas para conseguir finalizar o trabalho. Essa tensão entre exposição e intimidade permeia todo o álbum, que inclui faixas como "Bonezinho Vermelho", "Boy", "Jesuíno Brilhante" e a provocativa "Vai Se Fuder", que encerra o disco.