Samba da Dida celebra mulheres negras no MUHCAB

Evento reúne música, cinema e moda afro em programação especial neste domingo

Por Affonso Nunes

Dida Nascimento, idealizadora do evento

O Museu da História e Cultura Afro-Brasileira receberá neste domingo (27) uma programação especial dedicada às mulheres negras, com destaque para mais uma edição do tradicional Samba da Dida. A escolha da data integra as celebrações da Semana do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, transformando o espaço cultural em palco de resistência e afirmação identitária.

A iniciativa é idealizada por Dida Nascimento, fundadora do Bar da Dida (restaurante referência em culinária africana no Rio), e propõe uma reflexão sobre o protagonismo feminino negro nas artes brasileiras através da música, do cinema e da moda. "Fazer o Samba da Dida dentro do MUHCAB, na semana do 25 de julho, é muito significativo. É uma maneira de reafirmar a potência das mulheres negras na arte, na cultura, na história. A roda de samba é também um espaço de memória, de resistência e de afeto. A gente canta, dança e existe com liberdade, com verdade", destaca.

A programação se inicia às 11h com uma sessão especial do Cineclube Quase Catálogo, apresentando uma curadoria de curtas-metragens voltados ao público infantil. Serão exibidos "Meu Nome é Maalum" (2021), "O Véu de Amani" (2018), "Fábula de Vó Ita" (2014), "Quintal" (2022) e "Colmeia" (2018), apresentando um painel sobre identidade e representatividade negra no audiovisual.

Divulgação - 'O Véu de Amani', da brasiliense Renata Diniz, amplia o debate para questões étnicas e religiosas junto ao público infantojuvenil

Paralelamente, o museu oferece a oficina "Squel – Bailado de Porta-Bandeira", com participação especial de uma das porta-bandeiras da Portela. A partir das 14h, a DJ Fran assume a trilha sonora, preparando o ambiente para os três sets musicais programados na roda de samba comendada por Maryzelia Conceição e com a participação especial das cantoras Fabíola Machado e Érica Santos.

A experiência do Samba da Dida se completa com elementos gastronômicos típicos das rodas de samba cariocas, incluindo feijoada, bolinho de feijoada, batata frita e churrasquinho. 

Divulgação - Maryzelia Conceição

E a dimensão da moda afro contemporânea ganha espaço através da marca Massai, da estilista Stefani Nascimento, que apresentará um estande com looks que celebram a estética e ancestralidade negra. "Eventos como esse são muito potentes porque nos permitem ocupar espaços com a nossa arte, com a nossa história. Poder mostrar a força da moda afro em um ambiente onde música, ancestralidade e resistência estão pulsando é uma forma de celebrar quem somos com beleza e identidade", afirma a criadora da marca.

Mais uma vez, o MUHCAB reafirma sua vocação de território para a valorização da cultura afro-brasileira, utilizando seu espaço como território de afirmação e celebração. 

SERVIÇO

Samba da Dida - Homenagem às Mulheres Negras

MUHCAB - Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Rua Pedro Ernesto, 80, Gamboa)

27/7, das 11h às 20h

Contribuição colaborativa