Bossa Nova é coisa do passado? Wanda Sá prova que não

Cantora celebra oito décadas com álbum que renova o gênero ao reunir compositores de três gerações no álbum 'Wanda Sá 80'

Por Affonso Nunes

Wanda Sá, uma das vozes que marcaram o movimento nos anos 60, grava um álbum que mostra a vitalidade da bossa nova

A pergunta ecoa há décadas: por que não se compõe mais bossa nova? Por que um gênero tão atemporal permanece cristalizado no repertório criado entre 1958 e meados dos anos 1960? Wanda Sá oferece uma resposta oportuna com "Wanda Sá 80", álbum lançado pelo selo Biscoito Fino que reúne oito composições inéditas criadas especialmente para celebrar seus 80 anos de vida e seis décadas de carreira.

O trabalho pode ser definido como uma ponte geracional, conectando veteranos fundadores do movimento como Roberto Menescal, Carlos Lyra e João Donato com os chamados "filhos" da bossa nova - Marcos Valle, Abel Silva, Ronaldo Bastos, Jards Macalé, Cristóvão Bastos, Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro - e chegando até representantes de uma terceira geração, como Romulo Fróes, Bena Lobo e Nando Reis.

Esta diversidade demonstra a vitalidade criativa do gênero e sinaliza para sua capacidade de renovação sem perder a essência.