The Who demite novamente seu baterista

Após 28 anos no grupo britânico, Zak Starkey é dispensado em meio a divergências públicas e contesta versão oficial divulgada por seus ex-colegas

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Crítica explícita de Roger Daltrey motivou a primeira dispensa de Zak Starkey

O The Who voltou a demitir o baterista Zak Starkey, encerrando uma relação que durava desde 1996. A decisão, anunciada por Pete Townshend nas redes sociais, ocorre um mês após a banda britânica voltar atrás em um desligamento anterior. "Chegou a hora de mudar", escreveu o músico, um dos líderes do do grupo. O guitarrista, que também desejou sorte a Starkey em seus "novos projetos".

Contrariado, o baterista, no entanto, tem outra versão para o episódio. Disse ter sido afastado duas semanas após ser reintegrado e afirmou que os colegas de grupo lhe pediram para dizer que saía por vontade própria. "O que seria uma mentira", escreveu ele, reafirmando seu vínculo com a banda e negando que seus outros trabalhos tenham interferido em sua dedicação ao grupo. "Jamais teria deixado o The Who, uma banda que eu amo", rebateu.

A tensão se intensificou após um show beneficente no Royal Albert Hall, em Londres, no mês passado. Durante a apresentação da canção "The Song Is Over", o vocalista Roger Daltrey criticou publicamente o desempenho de Starkey, alegando que não conseguia cantar por conta da bateria. "Preciso ouvir a tonalidade para cantar essa música, e só escuto a bateria fazendo 'bum, bum, bum'. Não consigo cantar isso. Desculpem, pessoal."

Dias depois, o próprio Townshend tentou amenizar o episódio, dizendo que a saída anterior se devia a mal-entendidos internos. "Não houve convite para que Zak deixasse a banda", publicou, à época. "Tínhamos questões pessoais a resolver."

Desde a morte de Keith Moon, em 1978, o The Who teve três bateristas principais: Kenney Jones, que o substituiu oficialmente e gravou dois álbuns com a banda nos anos 1980; Simon Phillips, que participou da turnê de reunião em 1989; e Zak Starkey, o mais duradouro dos três. Outros músicos chegaram a substituí-lo pontualmente, mas sem integrar a formação oficial.

Filho de Ringo Starr e Maureen Starkey, Zak construiu carreira longe da sombra do ex-beatle. Além do The Who, tocou com bandas como Oasis e estabeleceu-se como músico requisitado no rock britânico.