Calor humano até debaixo d'água
Nem a chuva conseguiu desanimar os fãs no Lollapalooza 2025
Por Barbara Broggini
e Pedro Sobreiro
Um dos principais festivais do país, o Lollapalooza levou milhares de fãs ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, entre 28 e 30 de março. Como de praxe, o que prevaleceu foi a diversidade do público, que compareceu em peso não apenas para ver seus artistas favoritos, mas principalmente para viver o festival.
O primeiro dia foi o mais diferente do 'padrão' do Lolla, já que trouxe aos palcos dois verdadeiros ícones do Pop: a ícone teen Olivia Rodrigo e o rei do pop nacional, Jão.
A presença desses dois nomes trouxe uma novidade inesperada para Interlagos, que foi o público infanto-juvenil. Olivia é um fenômeno dentre a molecada, o que rendeu diversas cenas de pais levando suas filhas pequenas com chapéu de vaqueiro para o Lollapalooza. Por lá, a cantora de 22 anos dominou o palco, hipnotizando o público com seus hits globais.
Por outro lado, Jão fez um show irretocável para sua legião de fãs, celebrando não apenas sua carreira, mas o amor que recebeu de seu público. O cantor está prestes a dar uma pausa na carreira, então o festival foi uma despedida muito carinhosa.
No segundo dia, com ainda mais gente, a veterana Alanis Morissette fez um show de almanaque, mostrando que 30 anos de carreira fazem muita diferença na hora de conquistar um público de 100 mil pessoas. O Pop canadense de Shawn Mendes também arrancou suspiros do público e diversas declarações de amor ao Brasil vindas do cantos, que já está quase ganhando um passaporte de tanto se apresentar por aqui. Infelizmente, outros shows do sábado (29) sofreram um pouco com a falta de repertório, apostando mais em artistas 'hitados' nas trends das redes sociais.
Para fechar com chave de ouro, o domingo (30) trouxe o dia 'mais Lollapalooza' do Lolla 2025. A diversidade das apresentações encantou um público que compareceu mais para viver o festival como um todo do que alguma atração em específico.
Claro que a presença de Justin Timberlake, ícone do pop americano, se destacou em uma verdadeira viagem no tempo por sua carreira irretocável, mas a despedida do 'Sepultura', lendas do metal brasileiro, também emocionou e agitou quem compareceu, assim como a pura nostalgia de 'Foster The People', que fascinou o público com uma playlist que reviveu as baladinhas indies de São Paulo da década de 2010.
Organização
Um destaque do evento foi a organização crescente. Com a chuvarada que caiu na sexta-feira, o primeiro dia foi bastante caótico porque houve reclamações quanto a forma escolhida pela organização para lidar com o público. Interromper os shows por 1h e fechar todos os estandes não foi a melhor opção, deixando as pessoas sem terem onde se abrigar.
No entanto, a organização recebeu as críticas e trabalhou para resolvê-las. No sábado, já era possível reparar uma ótima melhora. E o domingo foi um dia irretocável. Apesar de muito cheio, o último dia teve filas organizadas, banheiros limpos e com ótima rotatividade e muitos vendedores espalhados pelo festival. Então, mesmo fazendo bastante calor, sempre havia alguém com água, refrigerante, energéticos ou bebidas alcóolicas próximo, incluindo durante os shows. Pode não parecer muita coisa, mas ter acesso a bebidas geladas em meio a aglomerações faz muita diferença e evita acidentes. As sinalizações também melhoraram e as equipes pareceram mais orientadas. Foi um dia para ninguém botar defeito.
O Lollapalooza 2025 surpreendeu justamente por conseguir resgatar o espírito do Lolla 'raiz', mesmo com a presença de muitos nomes da música pop. É um excelente sinal que deixa o público ansioso para o anúncio da edição 2026.