Por: Cláudia Chaves | Especial para o Correio da Manhã

Dois virtuosos em ação no Municipal

O violinista Joshua Bell e o jovem pianista Peter Dugan se uniram pela primeira vez num concerto remoto transmitido durante a pandemia | Foto: Sebastian Onate/Divulgação

O violinista Joshua Bell se junta ao pianista Peter Dugan em recital nesta quarta-feira (20), às 18h, no Theatro Municipal. Em 2020, em plena pandemia, os dois renomados instrumentistas promoveram o concerto "Joshua Bell: At Home With Music", uma transmissão da rede de TV PBS e que se tornou álbum ao vivo pelo selo Sony Classical.

Nesta temporada, os dois se apresentam também no Wigmore Hall, em Londres; no National Theater and Concert Hall, em Taipei; e no Kennedy Center, em Washington, DC. No programa carioca, obras de Tartini, Schubert, Gabriel Fauré e Henryk Wieniawsk.

Quando se assiste a um concerto de violino, tendemos a ficar de olho no braço esquerdo de um violinista: aquele, na maioria dos casos, com a mão se movendo loucamente para cima e para baixo no braço, dedos se movendo como pequenos pistões. Mas é o braço direito — aquele com o arco — que faz música, refinando uma série de notas em cores e frases poéticas ou picantes.

E Joshua Bell tem um dos maiores braços direitos do mundo. Seus dedos se movem muito bem, mas o que o diferencia é um controle do arco que pode fazer com que paradas duplas flutuem, como se saíssem de uma névoa, como é o caso de sua emblemática interpretação a Sonata "Devil's Trill" de Tartini. Esse talento e essa perícia acontecem em um violino Stradivarius de 1713 chamado "Gibson ex Huberman, cujo valor atual é de US$ 14 milhões (cerca de R$ 81,1 milhões).

Com uma carreira de quase quatro décadas, o violinista vencedor do Grammy, é atualmente um dos artistas mais conceituados no mundo. Bell tocou com praticamente todas as grandes orquestras e continua a manter compromissos como solista, recitalista, músico de câmara, maestro e como diretor musical da prestigiada Academy of St Martin in the Fields (Reino Unido).

Nascido em Bloomington (EUA), Bell começou a tocar violino aos quatro anos e, aos 12, começou seus estudos com seu mentor, Josef Gingold. Aos 14, se apresentava com a Orquiestra da Filadélfia, sob a regência de Riccardo Muti. E fez sua estreia no Carnegie Hall, aos 17, com a Sinfônica de St. Louis. Um ano depois, assinou com seu primeiro selo, London Decca, e recebe o Avery Fisher Career Grant. Nos anos seguintes, Bell foi indicado a seis prêmios Grammy, nomeado "Instrumentista do Ano" pela Musical America, considerado um "Jovem Líder Global" pelo Fórum Econômico Mundial e recebeu o Prêmio Avery Fisher. Em 2000, foi nomeado uma "Lenda Viva de Indiana".

Em 2007, uma matéria do Washington Post, vencedora do Prêmio Pulitzer, centrada em Bell tocando em uma estação de metrô de Washington, D.C., provocou uma conversa contínua sobre a recepção artística. A reportagem inspirou o livro infantil de Kathy Stinson, "O Homem com o Violino", de 2013, e um filme de animação com música da compositora vencedora do Oscar Anne Dudley.

Ao lado de Joshua Bell, Peter Dugan, um jovem gênio do piano, que possui a versatilidade como marca registrada. Dugan transita com facilidade entre os estilos clássico, jazz e pop, tendo colaborado com artistas que vão de Jesse Colin Young a Renée Fleming e Paquito D'Rivera. O Wall Street Journal descreveu a colaboração de Dugan com o violinista e vocalista Charles Yang como uma dupla "clássico-encontra-astro do rock". Nas performances de Dugan com sua esposa, a mezzo-soprano Kara Dugan, o repertório varia de art song ao American Songbook, incluindo canções originais e estreias mundiais.

SERVIÇO

JOSHUA BELL & PETER DUNGAN

Theatro Municipal (Praça Floriano s/nº - Cinelândia)

20/11, às 18h

Ingressos: frisas e camarotes - R$ 3 mil | plateia/balcão nobre - R$ 500 | balcão superior - R$ 200 | galeria - R$ 100 | promocional - R$ R$ 39,60 (limitado a 20% de ocupação)