Ainda na pandemia, tempo em ódio e intolerância pareciam prosperar, Pedro Luís ergueu uma bandeira empunhada por muitos artistas: a necessidade de falar de amor, do amor em todas as suas vertentes, sempre amplo, sempre generoso. Assis nasceu o conceito do álbum "E Se Tudo Terminasse em Amor?", lançado na última semana. O trabalho marca a estreia do cantor e compositor carioca pelo selo Biscoito Fino.
De sonoridade pop, o álbum inaugurou um novo processo criativo na carreira de Pedro. "Tudo foi programado. Eu queria fazer um álbum de inéditas e escolhi o mote: falar de amor. Nunca havia construído canções para um determinado álbum. Pela primeira vez, participei de todos os estágios: não apenas das composições, mas também de toda a construção sonora do disco", pontua Pedro.
Definidos conceito e o formato, o artista carioca passou a convidar parceiros e provocá-los com a ideia de fazer um disco que falasse de amor, em suas mais variadas formas: o amor romântico, o amor que se revolta, o amor por outro ser humano, pela cidade à sua volta.
Lucky Luciano, parceiro de longa data, mandou duas letras que se transformaram nas canções "Abraços dos Amantes" e "Vem Amar Comigo", de onde saíram os versos que dão nome ao álbum. "Também quis me aproximar de pessoas com as quais nunca havia composto, como a Letícia Fialho, cantautora de Brasília, que eu conheci através do disco que ela lançou, 'Maravilha Marginal'. Chegamos a dividir o palco no 'Coma', festival importantíssimo da cena de lá. Nossa parceria no disco é 'Gole Contra Golpe': a Letícia me mandou essa letra, que eu achei muito forte, muito interessante. É a primeira canção que nasce para o disco", conta Pedro Luís.
Outras duas compositoras inauguraram parcerias no novo projeto: Ana Carol e Gisele de Santi. Pedro Luís conheceu o trabalho de Gisele ouvindo o álbum da cantautora, "Vermelho e Demais Matizes", e a convidou para duas parcerias: "Muito amor", gravada em dueto pelos dois, e "Choro Punk". "Essa canção surgiu no estúdio, e é uma espécie de recado para o Rio de Janeiro, minha cidade natal, com tantas qualidades e tantos problemas. Cabe para outras cidades grandes pouco acolhedoras, nesses tempos de correria urbana e pouca afetividade", ressalta.