Roberto de Carvalho, músico e viúvo de Ria Lee, irá musicar letras inéditas escritas pela cantora. Uma delas deve sair ainda neste mês de maio, depois de ter seu clipe exibido no Fantástico.
A canção, ainda sem data de divulgação, faz parte do projeto "Bossa n' Movies", que Rita não teve tempo de concluir pois lutava contra o câncer que tirou sua vida, mas que teve três músicas gravadas - duas delas com a voz da cantora morta em 9 de maio do ano passado.
"Ainda estou descobrindo o que ela deixou. Tem muita coisa. Dia desses, encontrei um caderno cheio delas", disse Carvalho, em entrevista à revista Piauí. Uma das novas músicas será "Ego", que Rita publicou em sua autobiografia de 2016.
Além de um caderno com letras inéditas, Rita também deixou gravações não divulgadas e ensaios em fita cassete.
Com a proximidade do primeiro de morte da rainha do rock, outros projetos vão sendo lançados. A Universal Music, gravadora que detém o catálogo da obra da cantora, por exemplo, disponibilizou para venda uma versão em LP do álbum "Balacobaco" (2003), um dos discos mais representativos da dupla Rita Lee & Roberto de Carvalho. Vinte e um anos após seu lançamento, o disco ganha edição luxuosa: a arte original virou capa gatefold (que se abre como se fosse um livro) e o vinil é duplo; um verde e o outro amarelo, ambos translúcidos e marmorizados.
"O fantástico legado que Rita nos deixou segue proporcionando ao time Universal Music e aos fãs novos motivos e formatos para curtir muito. Estamos lançando agora 'Balacobaco' em vinil e em breve virão outros discos clássicos no formato, como 'Reza' e 'A Marca da Zorra'. E uma novidade de fazer qualquer fã arrepiar: um álbum ao vivo e inédito em vinil", adianta Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil.
"É comum que se considere os discos dos anos 1980 de Rita Lee & Roberto de Carvalho como os grandes clássicos da dupla. O que é uma injustiça com álbuns como 'Balacobaco'. O disco, de 2003, é uma síntese perfeita e está entre as joias da coroa de Rita & Roberto", defende Guilherme Samora, jornalista, editor e estudioso do legado cultural de Rita Lee.
A música que abre o disco, enviada às rádios dias antes do lançamento do então CD, é "Amor e Sexo", até hoje uma das canções mais tocadas de Rita & Roberto. Instantaneamente, a canção
explodiu, chegando rapidamente ao topo. Para a letra, Rita teve inspiração ao ler uma crônica de Arnaldo Jabor. Roberto fez a música e os três assinam a composição, que virou até trilha sonora de novela. Com o sucesso da música, "Balacobaco" foi lançado com alta vendagem, já recebendo Disco de Ouro. Poucas semanas depois, veio o Disco de Platina.
Inspiradíssimo, "Balacobaco" reedita uma fórmula que deu certo que é o trabalho em equipe de Rita e Roberto, muso da cariuoquíssima canção "Copacaba Boy" que Rita escreveu para o marido e parceiro de música e vida. A produção do álbum é assinada por Roberto, que também toca guitarra, violões, teclados, piano, cítara e faz vocais. Rita contou em sua autobiografia que esse é um dos discos que eles mais levaram tempo para gravar, sem pressa, uma vez que eles tinham um estúdio só deles.