Por: Affonso Nunes

CRÍTICA SHOW - WILL SANTT: Com vocês, a Bossa Novíssima

Roberto Menescal participou do show referendando o talento de Will Santt | Foto: Alice Valentim

Alguma coisa aconteceu no coração de quem foi no início da noite do último domingo (14) ao Blue Note Rio. Ali na mesma Copacabana onde nasceu a Bossa Nova pode-se dizer com segurança que o gênero não é datado e se renova com brilho jovial. No palco da casa, um paulista, filho de baianos, o cantor e compositor Will Santt, de 21 anos e que sequer conhecia o Rio, mostrou com todos os acordes a que tem direito porque vem sendo saudado em festivais e apresentações na Europa e nos Estados Unidos seja interpretando clássicos do gênero seja mostrando um inventivo trabalho autoral como no impressionante álbum "Meu Caminho" (2023).

Impressionante porque o caminho do jovem músico que iniciou a carreira executando clássicos de João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso e Gilberto Gil desaguou um artista de personalidade. Com um banquinho e violão, Will preenche espaços com uma mão direita que une técnica e emoção e um timbre de voz peculiar, afinadíssimo em tom tipicamente joãogilbertiano até mesmo na emissão da voz.

No show, emocionou os presentes com interpretações de maestria (e conhecimento de causa) para clássicos como "Desafinado", "Doralice", "Samba da Minha Terra", "Garota de Ipanema" e "Bolinha de Papel". Emocionou ainda mais ao chamar o lendário Robertro Menescal com quem dividiu "O Barquinho", "Só Danço Samba" e Corcovado".

Mas, acreditem, o melhor está no trabalho autoral de Will. Canções como "Meu Caminho", "Eu Canto Pra Você", "Lamento de Deus" e "Baiana Preta" revelam um compositor pronto para brilhar. Will Santt é o cartão de visitas para uma Bossa Novíssima e oxalá que surjam outros de sua geração a lhe fazer companhia na cena brasileira.

 

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