Por: Affonso Nunes

O violão eclético de Plínio Fernandes

Destaque na cena mundial do violão clássico, Plinio Fernandes se apresenta nesta quarta no Blue Note Rio. Radicado em Londres, o músico já liderou o segmento clássico da Billboard | Foto: Divulgação

Jovem talento do violão mundial, o paulista Plínio Fernandes vem pavimentando com suas mãos uma sólida carreira internacional. Em 2022, quando lançou seu primeiro álbum solo, "Saudade" pelo prestigiado selo Decca Records, obteve a liderança da categoria clássicos da Billboard. Nesta quarta-feira (3), ele mostra seu virtuosismo em apresentação no Blue Note Rio com repertório eclético em que revisita obras de Sérgio Assad, Villa-Lobos, Fernando Sor, Edu Lobo, Violeta Parra, Jacob do Bandolim e outros.

Plínio Fernandes nasceu com o destino traçado. Nascido em família de músicos, ele recebeu do pai as primeiras aulas de violão e, dali em diante, fez história. Aos 12 anos, após vencer concursos nacionais de violão juvenil, tocou como solista convidado da Orquestra Sinfônica de Campo Grande e teve aulas particulares em São Paulo com o renomado professor Henrique Pinto e, mais tarde, aos 16, com o aluno e protegido de Pinto, Fábio Zanon.

Sempre incentivado pela família e professores, Plínio mudou-se para Londres para seguir a carreira de músico concertista. Com bolsa integral financiada pelo Ministério da Educação, estudou na Royal Academy of Music com Zanon, Michael Lewin, Steve Goss e David Russell. Para devolver a jovens músicos parte do que recebeu, Plínio compromete-se com a educação musical e tornou-se embaixador da instituição de caridade Music Masters.

De lá para cá, o artista conquistou diversos espaços importantes, mostrando sua representatividade e talento para o mundo de forma significativa e expressiva. Em 2022, ele lançou seu primeiro álbum solo, intitulado "Saudade", que o fez alcançar o primeiro lugar da parada de álbuns Clássicos da Billboard. O disco conta com os convidados especiais Sheku Kanneh-Mason, no violoncelo para a fluida e lírica "Bachianas Brasileiras No. 5: I. Aria (Cantilena)", de Villa-Lobos; Braimah Kanneh-Mason, no violino em "Menino"; e a renomada cantora Maria Rita, numa interpretação de "O Mundo é um Moinho".

Em "Saudade", o público pode ver Fernandes evocar seu amor por um lar distante, o Brasil, um amor saudoso que torna ainda mais tangível a expressão apaixonada de seu trabalho no violão. "Encontrei um lar em Londres e pretendo ficar", diz ele, "mas o título 'Saudade' significa nostalgia, a falta de algo, que é literalmente o que sinto aqui. A maneira como me conecto com o Brasil e minha identidade como artista brasileiro é através da música".

O violonista funde dois mundos quando se apresenta: a herança cultural do Brasil, de onde provêm as suas raízes musicais, e a sua experiência acrescida na música clássica ocidental, ao estudar e aperfeiçoar o seu ofício na Europa.

Em 2023, ele fez história novamente ao lançar seu segundo álbum de estúdio, "Bacheando", no qual prestou uma emocionante homenagem a séculos de arte, explorando o génio duradouro de J.S. Bach, a vibrante cultura musical do Brasil e toda a riqueza envolvida.

 

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