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Caio Prado caindo (com gosto) no pop

Em 'Caio em Ti', Caio Prado mostra um lado mais solar, com canções que revelam o cotidiano carioca | Foto: Possato/Divulgação

"Caio em Ti", terceiro e aguardado disco de Caio Prado, já nas plataformas, é uma guinada radicval na trajetória do cantor e compositor carioca conhecido por suas músicas de luta, como o "hino" LGBTIQA "Não Recomendado" - gravado por Elza Soares - e "Não Sou teu Negro", interpretada ao lado de Alcione. E o faz de peito aberto, como na capa em que aparece com flechas no corpo como um São Sebastião contemporâneo.

Em seu primeiro lançamento pela gravadora Deck, Caio surge mais solar, mais pop, abrindo espaço para falar de temas como amor, sexo, praia, futebol e outros assuntos de seu universo. "É música pra fazer amor, pra tocar na pista, para as pessoas dançarem, ainda que tenha letra que fale da desigualdade social, o que fica é a alegria de viver porque esse é um disco muito feliz", comenta Caio, artista com as lutas antirracistas e pelos direitos da comunidade LGBTQIAP em seu DNA.

A sonoridade do álbum traz elementos de uma nova música popular brasileira que ressurge flertando com vários estilos musicais. Umberto Tavares - produtor musical do álbum em coprodução com o time Mousik - define "Estranho", uma das faixas, como um estilo que marca o cenário musical: MPB FUNK.

"Trazer essa produção musical pro meu disco explodiu a bolha que eu caminhava e me trouxe de volta para uma essência perdida lá de Realengo (bairro onde Caio nasceu e cresceu), onde sou cria do funk e pagode. É um disco pra ser compreendido por todes, sem rebuscar conceitos e me dando de peito aberto ao popular".

Além do Funk, a MPB brinca com o R&B, como em"Sem demandas", faixa foco do disco, além de Afrobeat, pagode e tudo que há de mais contemporâneo musicalmente.

"Tem muitas experimentações minhas, cantando em vários registros, mais grave, mais agudo, mais vibrato, sendo mais livre, sem amarras, sem demandas" - explica Caio.

Assim também foi com as composições. Ao invés de um álbum 100% autoral, como os dois últimos, Caio escreveu as músicas com vários parceiros, como Doralyce, que faz participação em uma das faixas, Luthuly, Umberto Tavares, Jefferson Junior, Tiago Silva e também composições ao lado dos produtores Marcelo Delamare e Theo Zagrae, que assinam composições e assinam a pré produção musical do álbum.

Expondo suas verdades além que se imagina dele, Caio Prado derrama sua poesia, canto e ousadia na busca de outros ares para as músicas numa tentativa válida de fazer com que elas e, por tabela, o conjunto de sua obra cheguem a novos cantos do Brasil.

 

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