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Alimentado de brasilidade

Moyseis Marques passeia por sonoridades brasileiras no álbum 'Na Matriz' | Foto: Isabela Espindola/Divulgação

Um dos nomes mais representativos da geração por trás do rensacimento cultural da Lapa, Moyseis Marques chega aos 25 anos de carreira musical. Para celebrar a data, o cantor e compositor acaba de lançar o álbum "Na Matriz", que apresenta sua produção mais recente com o DNA eclético que marca a tarjetória do músico.

"Estamos em um país diverso, muito rico, e o álbum contempla essa diversidade rítmica brasileira. Tem samba, forró, baião, ijexá - é repleto de Brasil", conta Moyseis. O álbum ainda traz a participação dos convidados Mônica Salmaso, Fabiana Cozza, Mosquito, Maria Menezes e o grupo vocal Ordinarius.

"A música de Moyseis, ao longo desse tempo todo, é bordada por um sentido de Brasil que vive na síncope, no drible, na dobra do tambor, na oração dos romeiros, na dança suave de Oxum, no corte da faca de Ogum, na suavidade de sons bonitos e no baticum das matas e cidades", resume o escritor e professor Luiz Antônio Simas no texto de apresentação do trabalho.

Forjado nos forrós e rodas de samba da Lapa dos anos 2000, macumbeiro encruzilhado pelos terreiros de umbanda e maravilhado pelas luzes da igreja de Nossa Senhora da Penha, Moyseis traçou, ao longo desses anos, os caminhos do saltimbanco rigoroso que hoje é reconhecido como um dos grandes cantores da música do Brasil, além de ser um compositor e instrumentista de mão cheia.

Alimentado de brasilidade, Moyseis circula com desenvoltura nos arrasta-pés e no samba riscado dos subúrbios cariocas. Sabedor que tudo que é ancestral, Moyseis reverencia o passado que faz de ingrediente para, com sua música, atravessar o presente e zarpar rumo ao futuro.

Tanto que nas 13 faixas de "Na Matriz", Moyseis traz ao público canções compostas em parceria com os autores mais velhos como Nei Lopes, Moacyr Luz e Cristóvão Bastos. Chama também pra roda o jornalista Luiz Pimentel (ex-colaborador do Correio), a poetisa paraibana Socorro Lira e Luiz Antônio Simas. E reserva parcerias para companheiros de geração como João Martins, Max Maranhão, Elisa Queirós, Khrystal, Zé Paulo Becker e Rudá Brauns.

Com arranjos de Rafael Mallmith e um tarimbado time de músicos - João Bittencourt (piano e sanfona), Rafael Mallmith (violão de 7), cahaça (guitarra), Alessandro Cardozo (cavaquinho), Julio Florindo (contrabaixo), Rudá Brauns (bandolim), Dudu Oliveira (sax tenor e trompete), Antônio Neves (flugelhorn), Ana Paula Cruz (flauta), Gabriel Guenther (bateria), Andre Vercelino (tamborim, pandeiro, agogô, triângulo e moringa), Rodrigo Reis (pandeiro, surdo e tantam), Daniel Karin (zambumba) e Paulino Dias (triângulo, ganzá, agogô, pandeiro e congas), entre outros.

As treze faixas que compõem o disco condensam, de certa forma, o universo sonoro de um artista amadurecido e permanentemente renovado, entre baiões, sambas de diversos gêneros, pitadas de jazz, xotes, capoeiras e ijexás. "A luminosidade do canto brasileiro de Moyseis - banhado e maturado nas águas africanas que desaguaram nos subúrbios cariocas - assombra o ouvinte e reverencia o tempo espiralado de Exu", reforça o parceiro Luiz Antônio Simas.

 

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