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Sempre é bom lembrar o 'Genialf'

Mauro Senise: homenagem ao pai da Bossa Nova | Foto: Nana Moraes/Divulgação

O saxofonista e flautista Mauro Senise homenageia o cantor e compositor Johnny Alf (1929-2010) no show "Ilusão à Toa", em show nestab sexta-feira (15), no Teatro Rival Petrobras. O repertório é baseado no álbum que Senise lançou com 12 pérolas de "Genialf", como Tom Jobim chamava o compositor. São clássicos como "Céu e Mar", "Rapaz de Bem", "Ilusão à Toa" e "Eu e a Brisa", que será cantada por João Senise, filho de Mauro, em participação especial.

Indicado quatro vezes ao Latin Grammy e vencedor em uma, Senise construiu uma obra respeitável com dezenas de discos nas últimas quatro décadas e vem se dedicando a fazer releituras instrumentais de grandes compositores brasileiros, como Edu Lobo, Dolores Duran, Noel Rosa, Gilberto Gil e Paulinho da Viola. Neste show, Senise estará acompanhado por um trio formado por Adriano Souza (piano), Jeff Lescowich (contrabaixo) e Jurim Moreira (bateria).

Pianista, cantor e compositor de temas criativos e inovadores, Alf foi, praticamente sozinho, o precursor daquele movimento coletivo que teria seu marco inicial na gravação de "Chega de Saudade" (Tom Jobim/Vinicius de Moraes), em 1958. Com seus acordes diferentes, intervalos arrojados, o envolvente ritmo sincopado e sua maneira de encaixar a letra na música, ou vice-versa, repetindo sílabas de um jeito nada ortodoxo, Alf ra já de uma modernidade absurda ainda no tempo do samba-canção.

Na lendária A noite do amor, do sorriso e a flor na Faculdade de Arquitetura da Praia Vermelha, em maio de 1960, Ronaldo Bôscoli foi enfático ao anunciá-lo no palco: "Os verdadeiros entendidos na história da Bossa Nova não poderão estar esquecidos deste nome. Faz dez anos que ele toca música bossa-nova e por isto foi chamado muitas vezes de vigarista e de maluco. Johnny Alf!".

Ruy Castro, jornalista e pesquisador com livros publicados sobre este período, afirma categoricamente que Johnny Alf foi o "verdadeiro pai da Bossa Nova".

Não é por menos que Tom Jobim, Luiz Eça e Maurício Einhorn, entre outros gênios da nossa música, faziam questão de terminar as noites ouvindo Johnny Alf tocando ao vivo na boate do Hotel Plazza, em Copacabana.

SERVIÇO

MAURO SENISE - ILUSÃO À TOA| Teatro Rival Petrobras (Rua Álvaro Alvim, 33 _ Cinelândia) | 15/3, às 19h30

Ingressos de R$ 39,60 (meia) a R$ 100

 

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