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Ao mestre com carinho

álbum de Alfredo Dias Gomes | Foto: Divulgação

O baterista carioca Alfredo Dias Gomes comemora três décadas de carreira solo - e mais de uma dezena de discos lançados - com seu novo álbum "Tributo a Elvin Jones", uma homenagem a um dos músicos que mais o influenciaram no instrumento.

"O fascínio pelo estilo de Elvin Jones é antigo", conta Alfredo. "A primeira vez que o vi tocando foi em uma fita de vídeo VHS, ainda nos anos 80. Ele tocava jazz, mas de uma maneira diferente, com um estilo vigoroso, com uma pegada quase rock. Isso me fascinava, especialmente porque naquela época eu tocava fusion", recorda o músico.

Desde então, a vontade de gravar Elvin Jones foi amadurecendo. Ao pesquisar sobre o baterista, Alfredo percebeu que em 2024 faz 20 anos de seu falecimento, ocorrido em 18 de maio de 2004. Foi então que decidiu fazer essa homenagem.

Para realizar o prjeto, Dias Gomes escalou um respeitável time de músicos - Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn), David Feldman (piano) e Jefferson Lescowich (baixo acústico). Gravado em seu próprio estúdio, na Lagoa, com o engenheiro de som Thiago Kropf, o disco já pode ser ouvido nas principais plataformas digitais.

Durante a gravação, Alfredo Dias Gomes fez ajustes especiais na sua bateria para capturar o estilo único de Elvin Jones. "Mudei toda a afinação, soltei a pele do bumbo e afinei no estilo do som do Elvin". Essas modificações permitiram que Alfredo reproduzisse o estilo do renomado baterista de jazz.

No repertório de "Tributo a Elvin Jones", Alfredo selecionou algumas músicas icônicas do baterista, como "Three Card Molly", "Whatever Possessed Me", "Someone's Rocking My Jazzboat", "October Child" e "Day and Night". Além dessas, o lançamento apresenta uma composição original de Alfredo Dias Gomes, intitulada "Drum Solo & Duo", com a participação do baixista Jefferson Lescowich.

Carioca, filho dos dramaturgos Dias Gomes e Janete Clair, Alfredo Dias Gomes estreou profissionalmente na música instrumental aos 18 anos, tocando na banda de Hermeto Pascoal, com quem gravou o disco "Cérebro Magnético" (1980) e participou de inúmeros shows, com destaque para o "II Festival Internacional de Jazz de São Paulo". Também tocou e gravou com Márcio Montarroyos, Ricardo Silveira, Arthur Maia, Nico Assumpção, Ivan Lins e muitos outros, além de participar da primeira formação do grupo de rock Heróis da Resistência.

Em sua discografia, Alfredo lançou os álbuns "Metrópole" (2021), "Jazz Standards" (2020), "Solar" (2019), "Jam" (2018), "Tributo a Don Alias" (2017), "Pulse" (2016), "Looking Back" (2015), "Corona Borealis" (2010), "Groove" (2005), "Ecos" (2000) e "Atmosfera" (1996, com participações de Frank Gambale), "Alfredo Dias Gomes" (1991, com a participação especial de Ivan Lins), além dos singles "A Lenda" (2023), "Vou Deitar e Rolar" (2020) e "Serviço Secreto" (1985).

 

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