Por: Cláudia Chaves | Especial para o Correio da Manhã

Tom Zé e uma obra atemporal

Luan e Gaber mostram seu olhar sobre o mestre | Foto: Divulgação

Idealizado, produzido, dirigido pela atriz Ana Beatriz Nogueira, o espetáculo "Uma Canção para Tom Zé" traz uma homenagem a Tom Zé com uma releitura nada óbvia de suas composições nas vozes de Luan Carbonari (violão) e Gaber Rojas (piano) que estréia no Manouche neste sábado (2). A dupla será apresentada por Malu Mader e Louise Cardoso e também terá participação especial da sanfoneira pernambucana Ceiça Moreno.

O espetáculo reúne músicas emblemáticas e pérolas do repertório do artista baiano de 87 anos, como "Tô", "Solidão" e "Augusta, Angélica e Consolação", que ganham uma releitura nada óbvia nas vozes de Luan e Gabriel. Ana Beatriz fala que realizou um sonho. "É uma homenagem, um gesto de amor, com jovens cantando a obra de Tom Zé, por meio de melodias e vozes belíssimas, com arranjos construídos por Luan e Gabriel. É nosso olhar sobre a obra deste grande mestre. Não é preciso estar necessariamente debaixo dos holofotes para fazer algo artístico, ser artista também é promover, proporcionar, tornar possível, fazer por onde, a arte", conta Ana Beatriz, uma apaixonada pela vasta obra de Tom Zé, que vai trazer de São Paulo para o Rio o homenageado, um dos nossos maiores talentos e também um pilar da Tropicália.

Sempre atenta a novos talentos, Ana ficou encantada com a presença de palco e a voz cristalina de Luan Carbonari, um dos finalistas do "Canta Comigo", da Record, que tem apenas 23 anos, e com a musicalidade ímpar de Gabriel, de 22. Não por acaso, são amigos de infância, têm uma banda chamada Pink Floyd Eclipse e são multi-instrumentistas.

"É desafiador tocar Tom Zé, pegar o que ele quis transmitir com a obra dele e, agora, devolver com a nossa pegada. A música "Mãe" é uma das nossas favoritas. Ela começa a capela, ficou bem interessante", entrega Gabriel. "Ficamos muito honrados com o convite da Ana. É muita responsabilidade, mas até que estamos tranqüilos. Tom Zé é muito à frente do tempo e também é aberto, receptivo. Temos certeza de que ele vai achar interessante o que estamos propondo e como fizemos a nossa leitura da obra dele", aposta Luan.

Ana Beatriz continua dizendo que a base do trabalho foi devolver um tiquinho. "Mas um tiquinho, uma parte muito pequena De todo o bem que esse homem me fez na vida como artista. De tudo que ele tem me ensinado na vida com a arte dele, com as palavras dele, com a estrada dele. E sobre as dores e as delícias de fazer uma direção, falando especificamente sobre música, eu só consigo ver as delícias. Ainda não conheci as dores. Espero não conhecê-las", diz.

SERVIÇO

UMA CANÇÃO PARA TOM ZÉ

Manouche (Rua Jardim Botânico, 983, - subsolo da Casa Camolese)

2/3, ÀS 21H

Ingressos: R$ 120 E R$ 60 (meia solidário, levando um quilo de alimento não perecível ou livro para doação)

 

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