O cantor e compositor Arrigo Barnabé se lembra de, quando jovem, ter comprado um LP de antologia da Jovem Guarda. "Foi o primeiro LP que comprei. A gente dançava muito essas músicas. Ao mesmo tempo em que os festivais estavam acontecendo, começamos a perceber as poéticas que estavam aparecendo na música brasileira naquele momento A Jovem Guarda era uma espécie de diluição do que se fazia no exterior. Também era rebelde, a gente se identificava imensamente", diz o cantor e compositor que volta a este território afetivo com o show "Quero Que Vá Tudo Para o Inferno" em que interpreta parcerias de Roberto e Erasmo Carlos neste sábado (24) no palco do Soberano, em Itaipava.
Acompanhado por Paulo Braga (piano) e Sérgio Espíndola (violão), Arrigo reinterpreta as canções da dupla de um modo novo, original e cuidadoso, inovando, porém, mantendo e realçando seus sentidos originais.
Partindo do sentido das canções, Arrigo traz a Jovem Guarda à tona, recriando as canções da dupla que habita o imaginário musical brasileiro.
Oriundo de Londrina, o compositor surge na cena musical brasileira em 1979, no festival universitário da TV Cultura e no festival de MPB da TV Tupi, com as músicas Diversões Eletrônicas e Sabor de Veneno. Em 1980 lança o álbum independente "Clara Crocodilo", marco inicial da vanguarda paulista. "Tubarões Voadores", de 1984, inicia uma pesquisa para unir música e história em quadrinhos. Um traço característico das suas composições é a mistura de elementos da música erudita modernista, aliados a letras ferinas sobre a vida nas metrópoles.
SERVIÇO
ARRIGO BARNABÉ - QUERO QUE VÁ TUDO PARA O INFERNO
Soberano (Estrada União e Indústria, 11.000 - Shopping Estação Itaipava, Petrópolis)
24/2, às 21h
Ingressos: R$ 240 e R$ 120 (p/moradores do estado do RJ)