A viola que toca nossos corações
Orquestra de Violas Caipirando celebra repertório afetivo em show gratuito em Santa Cruz
Neste sábado (14) Santa Cruz recebe gratuitamente o show "Caipirando no Sertão Carioca", na Sede da Comunidade Eclesiástica de Base Santa Veridiana. Sob a regência do violeiro Henrique Bonna, a A Orquestra de Violas Caipirando traz no repertório clássicos do cancioneiro popular como "Trenzinho Caipira" (Villa-Lobos), "Cálix Bento" (domínio público), "Meu São Gonçalinho (Luis Sagado / Katia Teixeira), "Pinha no Pinheiro", "Moreninha Linda" e "Mineirinha", entre outras. Além disso, Bonna mostrará também algumas canções autorais, mostrando que o gênero segue forte sem se prender apenas ao passado.
No espetáculo, as músicas apresentadas serão costuradas por textos, em prosa e em verso, recitados em performances teatrais, abordando histórias de lugares, crenças e costumes da Zona Oeste. A história da Capela de São Gonçalo no Camorim, as tradicionais folias de reis que aconteciam na região e as lendas acerca da construção da Igreja da Penna fazem parte dos temas que serão abordados. As intervenções cênicas serão performadas pelo museólogo, poeta e brincante Sergio Restauro.
Bonna conta que sempre se impressiona com a reação do público nos shows. "As pessoas sentem falta deste tipo de música. Se emocionam muito lembrando do pai, do avô, de um tio distante, oriundos do interior que ouviam ou tocavam viola caipira, e que vieram para o Rio com a família, como meus pais", comenta.
A apresentação será filmada e o material dará origem a um mini documentário musical de 30 minutos, dirigido por Carolina Maduro.
A Orquestra de Violas Caipirando tem 30 integrantes, em sua grande maioria moradores da Zona Oeste. Há 13 anos vem celebrando a cultura e a música caipira, apresentando clássicos deste cancioneiro e composições autorais. Em terras cariocas, abordando um estilo não muito presente em centros urbanos, o grupo gera surpresa por onde passa, e conquista a admiração do público. Seus laços com a Zona Oeste carioca são estreitos.
A cultura caipira tem suas raízes e ainda se faz presente nos ambientes rurais de todo o país. E falando-se em Zona Oeste, há tempos a região era considerada zona rural, ganhando a alcunha de Sertão Carioca, e apesar dos surtos de urbanização ocorridos, ainda guarda um estilo de vida bastante particular.
"É fácil perceber como tudo se conecta: a orquestra, a música caipira, a viola e a Zona Oeste", explica Henrique Bonna, cuja relação de Bonna com a viola e com música caipira vem de berço. O músico aprendeu o ofício com seu pai Olívio Bonna, nascido no interior do Espírito Santo, que se radicou em Jacarepaguá na década de 1970.
SERVIÇO
CAIPIRANDO NO SERTÃO CARIOCA
Comunidade Eclesiástica de Base Santa Veridiana (Via A4, s/nº, Conjunto Santa Veridiana, Santa Cruz)
14/10, às 18h
Entrada franca
