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Entre o pop e o rap com recheio farto de ironia

Billy Crocanty | Foto: Divulgação

Cantor, compositor e produtor carioca radicado em Nova York, Billy Crocanty está de volta com o álbum "Quasy Rap". Depois de dois EPs, o artista mergulha em um novo território musical com um disco que busca combinar elementos de pop e rap, enquanto entrega letras repletas de humor, batidas e refrões contagiantes para refletir sobre o processo criativo, sobre a solidão e sobre a hipocrisia da sociedade brasileira.

Um dos destaques é "Bumbum", que brinca com o autotune (programa de edição de vozes) e aborda temas tabus de maneira divertida.

O trabalho solidifica a persona de Billy Crocanty no trabalho de Vicente Coelho, cantor, compositor, multi-instrumentista, co-diretor musical do talk show "Lady Night" (de Tatá Werneck) e ator conhecido no cenário musical por integrar a banda Biltre. "Quasy Rap" vem na sequência do EP "Verão Frito", um misto de sua malandragem e suingue com novas estéticas sonoras, passando pelo brega e piseiro, e do EP de estreia "Pessoas Fritas" e uma série de clipes.

Criado entre o bucolismo do interior, os shows do Kid Abelha e a peça "5 X Comédia", que sua mãe produzia, Vicente se sentia o próprio "hippie dos anos 90". A nostalgia dessa época, que marca a essência de sua personalidade performática-espiritualizada, é o combustível inicial para composições mais íntimas, mas não menos divertidas.

Neste álbum, Billy Crocanty apresenta uma mistura única de humor e análise sociocultural, criando um som que é ao mesmo tempo envolvente e reflexivo. "Quasy Rap" mostra a versatilidade de um artista que continua a desafiar fronteiras musicais.

O disco abre com "Escuta Aí", um prólogo divertido para a jornada musical que está por vir. É quase como um trailer que mostra o tom humorístico e a autenticidade de Crocanty. Outro destaque é "Crocantização", em que brinca com sua própria transformação, explorando as confissões e experiências engraçadas.

"Storytelling" continua a saga, logo mergulhando nas confissões de um jovem da "Classe Mérdia". A música aborda temas como astrologia, experiências com o rap dos anos 90 e até mesmo a ópera tecno-tosca "Mundo Grampeado". "Senta Senta Senta".

O álbum também inclui a faixa "Cool", onde Billy não poupa críticas ao cenário do trap brasileiro, abordando temas como machismo e atitude.