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As origens do samba como romance, por Nei Lopes

Nei Lopes participa nesta segunda de tarde de autógrafos e bate-papo com leitores no relançamento de seu romance 'A Lua Triste Descamba' | Foto: Mônica Ramalho/Divulgação

"A Lua Triste Descamba" (Pallas Editora), o romance de Nei Lopes que destrincha as memórias do subúrbio carioca e o surgimento das primeiras escolas de samba, ganha nova edição neste 2023, oito anos depois do seu lançamento original. A tarde de autógrafos será nesta segunda-feira (6), a partir das 16h, durante a Semana de Cultura da Fundação Casa de Rui Barbosa, em Botafogo.

Além de uma caprichada roda de samba, como era de se esperar num evento de Nei Lopes, haverá uma mesa redonda reunindo os escritores Rachel Valença e Luiz Antônio Simas e o presidente da Casa, Alexandre Sanini, com mediação do jornalista Walter Honorato. Na ocasião, o autor, cantor e compositor receberá a Medalha Rui Barbosa, concedida anualmente, desde 1949, àqueles que se destacaram na contribuição e no fortalecimento da cultura brasileira.

O livro de Nei rebobina um tempo alinhavado por outras gírias e expressões, com as paisagens interioranas e chácaras onde cresceram prédios e hábitos prosaicos de sua gente - namoro no portão, cadeira de praia na calçada e festas de rua, pagãs e religiosas. A música risca a narrativa, com rodas de choro, ranchos que se transformaram em escolas de samba e a mítica Praça Onze.

"A nova edição deste que é um dos meus romances preferidos superou todas as minhas expectativas. Graficamente elegante, ele é também misterioso, como eu sempre desejei. E é tão instigante, quanto sempre foi para mim, o pedaço carioca onde a trama principal se desenvolve, entre o Estácio e Oswaldo Cruz", pontua Nei Lopes, com 81 anos vividos entre livros, sambas memoráveis, estudos profundos sobre as religiões de matriz africana e uma relevante contribuição aos estudos sobre o papel do povo preto na sociedade brasileira.

O protagonista de "A Lua Triste Descamba" é Juvenal, o Nanal, legítimo representante da malandragem carioca dos anos de 1940. Ele narra as suas aventuras que percorrem a geografia do samba: do Estácio para Madureira, do Largo da Carioca para o Largo de Campinho, da Central a Osvaldo Cruz e para Fontinha, bairro depois rebatizado para Bento Ribeiro.

O relato de Juvenal vai mesclando fatos históricos e personagens reais, como Grande Otelo, Bide e Ismael Silva, a outros assumidamente inventados. E, nessa mistura, vale tudo: amor, jogo, política, o comércio da música e até mesmo a questão dos direitos autorais se entrecruzam, inclusive, numa sequência de crimes misteriosos.

SERVIÇO

NEI LOPES NA CASA DE RUI BARBOSA

Fundação Casa de Rui Barbosa (Rua São Clemente, 134, Botafogo)

6/11, a partir das 16h

Entrada franca

 

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